Foto: Reprodução

Os EUA e o golpe que não aconteceu no Brasil

12.02.24 17:23

Ao longo do ano de 2022, o governo de Joe Biden (foto) divulgou diversas mensagens apoiando a democracia brasileira.

Hoje, após uma investigação da Polícia Federal revelar diversas tentativas de golpe de Estado no Brasil, em que membros do governo de Jair Bolsonaro tentaram convencer os militares a subverter a ordem, pode-se especular que os Estados Unidos tiveram algum conhecimento do que estava acontecendo, e que as mensagens tinham destinatários claros. Ao final, a falta de apoio internacional foi um dos principais fatores que impediram os militares de entrar em uma aventura.

Em julho de 2022, após Jair Bolsonaro atacar a Justiça Eleitoral em reunião com 40 embaixadores, o Departamento de Estado americano afirmou que o sistema eleitoral brasileiro serve “como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”.

No mesmo mês, o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, disse que seu país e as nações da região tinham um compromisso com o Estado de Direito e defendiamm a democracia.

Nossos  países não estão ligados somente pela geografia. Também somos atraídos pelos interesses e valores em comum, pelo nosso profundo respeito pelos direitos humanos e pela dignidade humana, pelo nosso compromisso com o Estado de Direito e por nossa devoção à democracia“, disse Austin em uma conferência de ministros de Defesa da região. “Quanto mais aprofundamos nossas democracias, mais aprofundamos nossa segurança.”

Em setembro, antes do primeiro turno das eleições presidenciais, a porta-voz do governo Biden, Karine Jean-Pierre, disse que seu país acompanharia as eleições no Brasil “de perto”.

Vamos acompanhá-las de perto e confiamos na força das instituições democráticas do Brasil. Como parceiros da democracia do Brasil, continuaremos acompanhando as eleições com a plena expectativa de que sejam conduzidas de forma livre, justa, transparente e credível, com todas as instituições relevantes operando de acordo”, afirmou Karine.

Para o pesquisador alemão Christoph Harig, que estuda os militares brasileiros, as diversas mensagens emitidas pelos americanos tiveram efeito.

Acho que realmente foi importante a pressão diplomática pelos Estados Unidos. De fato, se o republicano Donald Trump fosse o presidente naquela época, a situação poderia ter sido muito diferente“, diz Harig.

 

Leia em Crusoé a entrevista com Christoph Harig: A república dos generais

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