Hegemonia colorada e antibrasileirismo definem eleição no Paraguai
Nas últimas duas décadas, as eleições presidenciais no Paraguai seguem alguns padrões. Entre os candidatos presidenciais, há sempre um que busca ganhar votos atacando o Brasil. Em 2008, Fernando Lugo venceu o pleito prometendo ao povo receber mais dinheiro do Brasil pela energia de Usina Hidrelétrica de Itaipu. Desta vez, quem busca galvanizar o sentimento...
Nas últimas duas décadas, as eleições presidenciais no Paraguai seguem alguns padrões.
Entre os candidatos presidenciais, há sempre um que busca ganhar votos atacando o Brasil. Em 2008, Fernando Lugo venceu o pleito prometendo ao povo receber mais dinheiro do Brasil pela energia de Usina Hidrelétrica de Itaipu. Desta vez, quem busca galvanizar o sentimento contra brasileiros é Payo Cubas, que em 2019 disse que pretendia matar "100 mil brasileiros bandidos" (ele está em terceiro lugar).
A outra coisa é que toda eleição paraguaia é um teste para o Partido Colorado. Entre 1954 a 1989, durante a ditadura de Alfredo Stroessner, e até 2008, com a eleição de Lugo, a agrupação esteve no governo do país. Nesse período, gerações de paraguaios cresceram ouvindo que, para ganhar um emprego, o melhor jeito era filiar-se ao Partido Colorado. Por causa disso, ainda hoje a sigla tem um número descomunal de filiados. São 2,5 milhões em uma população de quase 7 milhões. Se metade deles se dispor a votar, o partido tem a vitória garantida.
Abaixo, um perfil dos três principais candidatos:
Santiago Peña, de 44 anos, é o candidato que busca defender a hegemonia do Partido Colorado.
Ele foi economista no FMI e ministro da Fazenda no governo de Horacio Cartes, entre 2015 e 2017.
Essa não é sua primeira eleição. Em 2018, ele foi derrotado nas primárias do partido pelo atual presidente paraguaio, Mario Abdo Benítez.
Peña defende políticas liberais na economia para estimular empreendedores, atrair investimentos, assim como redução da dívida do Estado por corte de gastos.
No plano dos costumes, ele se associa à pauta dos costumes ao agrado do eleitorado conservador e religioso.
O desgaste do Partido Colorado no tocante à corrupção pode lhe custar a eleição. No início deste ano, o governo dos EUA sancionou Cartes, de quem Peña foi ministro, acusado de corrupção e ligações com terrorismo.
Efraín Alegre, de 60 anos, é o candidato do Partido Liberal Radical Autêntico e lidera a maior coalizão da oposição nestas eleições, a Concertácion, que envolve partidos de centro e de esquerda.
Advogado, Alegre foi ministro de Obras Públicas de Fernando Lugo, o único presidente do Paraguai que não era do Partido Colorado nos últimos 70 anos.
Ele concorreu à presidência duas vezes e, no último pleito, em 2018, perdeu para Abdo Benítez por menos de 4% dos votos.
As principais plataformas de Alegre são o combate à corrupção, a ampliação de programas sociais sem aumento de impostos e o fim das relações diplomáticas com Taiwan para impulsionar o comércio com a China continental — o Paraguai é um dos únicos 13 países em todo o mundo aliados de Taipé, Taiwan.
Payo Cubas, de 61 anos, é o candidato do Partido Cruzada Nacional e representa uma terceira via populista.
Ele ofusca o noticiário com declarações controversas. Ele chegou a ter o mandato de senador cassado em 2019 ao sugerir a morte de brasileiros.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2023-05-01 10:20:02Um povo inteligente em perigo se não tem o melhor usa a cabeça para decidir e opta estrategicamente pelo mal menor .. cercados por Braziu em clara rota da escravização e de Bolívia e Argentina em petição de miséria e no caos arriscam e mantém o bode fedorento na sala dos vizinhos.