Haddad defende "reinvenção" dos Correios
Com 13 trimestres consecutivos de prejuízo, rombo da estatal pode chegar a 10 bilhões de reais até o final do ano
Diante do rombo bilionário dos Correios, estimado em 6 bilhões de reais até setembro de 2025 e com a possibilidade de chegar a 10 bilhões de reais até o final do ano, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu a "reinvenção" da estatal.
"Os Correios, como nós o conhecíamos, não vão ter o suporte, porque eles estão em um ambiente concorrencial muito intenso. Há muitas empresas atuando no Brasil na logística, e que encontram o seu caminho de fazer as encomendas chegarem ao destinatário. Então, vai ter que ter uma reinvenção dos Correios", disse o chefe da equipe econômica em entrevista ao jornal O Globo, publicada nesta sexta-feira, 12.
"No mundo inteiro se faz uma estimativa dos custos de universalização que não são cobertos pela tarifa. Agrega valor no serviço postal mediante oferta de serviços, que pode ser de previdência, de seguro, uma série de serviços que se agregam ao postal. Em geral, um banco, uma Caixa Econômica pode fazer uma parceria com os Correios para ter capilaridade em relação aos serviços que ela própria presta", acrescentou.
"E ela pode fazer isso em comum acordo com os Correios, com instalações comuns. É assim que está sendo feito no mundo. O projeto de reestruturação já está na décima e não sei quantas versões, porque o Tesouro está sendo rigoroso no pedido de que seja uma solução definitiva para a companhia", continuou.
Socorro financeiro
Com 13 trimestres consecutivos de prejuízo, os Correios tentavam conseguir um empréstimo de 20 bilhões de reais com um consórcio formado por bancos públicos e privados para quitar dívidas urgentes.
Os custos elevados da operação, no entanto, levaram à suspensão da negociação.
A oferta apresentada previa juros próximos a 136% do CDI, acima do parâmetro normalmente observado para operações com garantia da União, considerado de até 120%.
A estatal foi informada que o Tesouro Nacional não aceitaria garantir o financiamento caso a taxa de juros ultrapassasse 120% do CDI.
Pressionado a socorrer os Correios, o governo Lula acionou a Caixa Econômica Federal para liberar um empréstimo para a estatal ainda este ano.
Havia a possibilidade de um aporte com recursos do Tesouro Nacional ainda em 2025, mas ela foi descartada.
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