Adriano Machado/Crusoé

Guedes critica derrubada de veto a reajustes: ‘Um crime contra o país’

19.08.20 21:18

O ministro da Economia, Paulo Guedes (foto), criticou o Senado pela rejeição do veto do presidente Jair Bolsonaro à concessão de reajustes a servidores públicos até o fim de 2021. A palavra final sobre o tema cabe, agora, à Câmara dos Deputados, que deve analisar o texto nesta quinta-feira, 20.

O chefe da equipe econômica avaliou que a casa “deu um sinal muito ruim”, classificou o resultado como “um desastre” e declarou que “pegar dinheiro da saúde e permitir que vire aumento de salário do funcionalismo é um crime contra o país”.

“Vamos torcer para a Câmara conseguir segurar a situação, porque isso foi um veto importante que o presidente fez em um momento decisivo”, lembrou. “Justamente esse gasto extraordinário que tivemos esse ano [era] para preservar vidas, para preservar empregos. Isso correr o risco de virar aumento de salário… Seria um sinal de irresponsabilidade”, completou.

Se a Câmara decidir pela efetiva derrubada do veto, o governo entende que haverá o comprometimento de uma economia de 130 bilhões de reais. Este é o valor que seria poupado com o congelamento dos salários de servidores públicos até 31 de dezembro do ano que vem.

O impeditivo aos reajustes foi estabelecido no plano de socorro a estados e municípios. Tratava-se de uma contrapartida à transferência direta de 60,15 bilhões aos entes federados em quatro parcelas e à suspensão de dívidas dos entes com a União (35,34 bilhões), bancos públicos (13,98 bilhões), organismos multilaterais (10,73 bilhões) e de débitos previdenciários (5,6 bilhões).

O Congresso, contudo, alterou o projeto e permitiu aumentos para algumas categorias envolvidas no combate à Covid-19. O governo barrou a previsão das exceções. À época, Guedes chegou a fazer um apelo para que o Congresso Nacional não derrubasse o veto, garantindo, assim, que “o dinheiro da saúde fique na saúde em vez de virar aumento de funcionalismo ou farra eleitoral”. 

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