Greve contra privatização da Sabesp não deve impedir sua venda
Funcionários da Sabesp, a principal companhia estatal de saneamento básico de São Paulo, devem cruzar os braços nesta terça-feira (3), na primeira greve do setor durante o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mais do que uma greve da empresa, a pauta contra a privatização da companhia deve colocá-la em movimento junto com funcionários do...
Funcionários da Sabesp, a principal companhia estatal de saneamento básico de São Paulo, devem cruzar os braços nesta terça-feira (3), na primeira greve do setor durante o governo de Tarcísio de Freitas (Republicanos). Mais do que uma greve da empresa, a pauta contra a privatização da companhia deve colocá-la em movimento junto com funcionários do Metrô de São Paulo e da Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM), que pararão no mesmo momento.
O objetivo da manifestação é claro: impedir a privatização e concessão dos serviços de todos estas companhias à iniciativa privada. " Ele resolveu ignorar os trabalhadores e a população e acelera a privatização. Não vamos descansar até esse projeto ser enterrado”, afirmou o presidente do sindicato que representa os trabalhadores do setor de água e esgoto em São Paulo, José Faggian.
Apesar do esforço dos servidores da companhia, a análise é que a privatização da companhia, iniciada este ano e esperada para o ano que vem, não seja postergada.
"Se o governo continuar lidando com seriedade no processo [de privatizações], acho difícil que a greve consiga mudar os ânimos", disse Deborah Bizarria, coordenadora de políticas públicas do Livres. "São Paulo é um estado com histórico de privatizações — e ninguém questiona o fato de as estradas terem pedágios e serem concedidas com administradoras cobrando pelo seu uso. Existe no estado de São Paulo uma cultura em que se entende, muitas vezes, que serviços públicos são prestados por empresas privadas, e não me parece que uma greve em particular vai mudar essa cultura."
Tarcísio deve encaminhar, ainda este ano, a proposta de lei que autorizará a venda da companhia de saneamento básico para a Assembleia Legislativa do estado (Alesp). Ao mesmo tempo, seu gabinete mantém conversas com os principais municípios atendidos pela companhia. São 368, e cada um deles exige uma negociação individual para trocar, de pública para privada, a sua concessão de água e esgoto.
Há, no entanto, motivos para preocupar — o principal deles vem do serviço de trens, onde duas linhas foram cedidas à iniciativa provada durante o governo de João Doria. Após serem controladas pela ViaMobilidade — ligada à CCR — os índices de funcionamento pioraram tanto nas linhas 8 e 9 que o Ministério Público chegou a pedir a caducidade da concessão, tirando a empresa do Jogo e retornando o serviço à CPTM. Tarcísio rechaçou tal proposta.
Para Deborah, a solução para problemas como os vistos na CPTM seriam resolvidos pelo próprio ímpeto privatização — com uma melhor atuação do governo. "Bons contratos, contratos que façam sentido para a empresa cumprir e para que sejam fiscalizados", concluiu. "Também não adianta fazer o melhor desenho possível se não é possível uma fiscalização adequada do serviço e a população não está sendo ouvida."
Além das duas greves, Tarcísio enfrenta uma greve da Universidade de São Paulo (USP). Neste caso, o motivo é a falta de professores.
Leia na CRUSOÉ: Sabesp, a joia no cofre de Tarcísio
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Comentários (3)
Peter
2023-10-02 16:38:36Como faço para ler os comentários?
ROBERTO
2023-10-02 14:25:18Como sempre, as corporações defendendo seus próprio interesses e não os da população. Mais uma razão importante para a privatização.
ANDRÉ MIGUEL FEGYVERES
2023-10-01 23:17:48São os sindicalistas e os petistas que não querem a privatização da Sabesp. Tudo o que está na mão do governo é muito permeável à corrupção, nepotismo, ineficiência, incompetência e desperdícios. É o que vimos nos governos anteriores, principalmente nos governos petistas e do Bozo. Privatização de todas as estatais já e viva a LavaJato!