Governo da Argentina apela para fake news na eleição deste ano
A periferia de Buenos Aires foi tomada por uma série de saques a mercados nesta semana, e os episódios serviram de munição para a desinformação na campanha presidencial argentina, a dois meses do primeiro turno. Pelo menos 94 pessoas foram detidas pelos arrastões, informou o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, nesta quarta-feira,...
A periferia de Buenos Aires foi tomada por uma série de saques a mercados nesta semana, e os episódios serviram de munição para a desinformação na campanha presidencial argentina, a dois meses do primeiro turno.
Pelo menos 94 pessoas foram detidas pelos arrastões, informou o governador da província de Buenos Aires, Axel Kicillof, nesta quarta-feira, 23 de agosto.
Kicillof ainda afirmou que os primeiros registros de roubo na província ocorreram ainda pela noite de segunda, 21.
Segundo o secretário de Segurança Pública, Sergio Berni, os saques tiveram “uma hora de pico de maneira conjunta e coordenada” com 150 incidentes.
Além de supermercados, os alvos envolveram comércios de roupas, como a loja da marca Narrow (foto) em Moreno, uma das cidades mais atingidas.
Episódios semelhantes foram registrados em outras regiões, como nas províncias de Córdoba e de Mendoza, ao longo do final de semana.
Os saques na periferia de Buenos Aires foram instrumentalizados pelas forças que disputam a eleição presidencial.
O presidente Alberto Fernández anunciou que não irá concorrer na eleição, mas a sua porta-voz oficial usou os incidentes para atacar o principal candidato da oposição, o populista Javier Milei, o mais votado nas primárias no início do mês.
Em diversas publicações nas redes sociais sobre os saques, a porta-voz, Gabriela Cerruti, acusou Milei de fabricar fake news e estimular os atos de vandalismo.
Cerruti chegou a negar a existência dos arrastões para atacar o candidato e, logo, propagou desinformação por conta própria.
“As imagens que circulam nas redes são falsas, postadas em contas que são claramente de seguidores ou funcionários do Javier Milei”, publicou a porta-voz na rede social X, anteriormente conhecida como Twitter.
“Não existe esse tipo de saque: há boatos e agitação através de grupos de WhatsApp porque são profundamente antidemocráticos e querem desestabilizar”, acrescentou.
A publicação foi feita às 18h50 de terça, 22.
Independentemente de Milei e seus seguidores terem supostamente propagado fake news sobre os saques, algo ainda não comprovado, Cerruti mente ao afirmar que “não existe esse tipo de saque”, apenas boatos.
Como informou Kicillof, os primeiros roubos na província de Buenos Aires já foram reportados na noite da segunda.
Em uma segunda publicação na mesma thread, Cerruti reconhece que já havia, naquele momento, “alguns casos” de pessoas “cometendo claramente delitos”.
Entretanto, o esclarecimento não repercutiu tanto quanto a publicação inicial.
A primeira postagem tem mais de 630 mil visualizações, enquanto a segunda mal passou das 145 mil.
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Comentários (1)
Amaury G Feitosa
2023-08-23 16:54:04Desinformação ... eis a melhor forma de se eleger um ladrão ...don't cry for me Argentina ... você será eu amanhã !!!