Genocídio de quem, Lula?

O presidente Lula afirmou nesta quarta, 25, que o que está ocorrendo no Oriente Médio não é uma guerra, mas um genocídio. O presidente, contudo, usou um termo caro ao direito internacional, sem deixar claro quem estaria cometendo o genocídio ou quem seriam suas vítimas. Falou vagamente apenas em "crianças inocentes".

"É muito grave o que está acontecendo neste momento no Oriente Médio. Ou seja, não se trata de ficar discutindo quem está certo, quem está errado, quem deu o primeiro tiro, quem deu o segundo. O problema é que não é uma guerra, é um genocídio que já matou quase 2 mil crianças, que não têm nada a ver com essa guerra, que são vítimas dessa guerra. E, sinceramente, eu não sei como um ser humano é capaz de guerrear sabendo que o resultado dessa guerra é a morte de criança inocente", disse Lula.

Os crimes de genocídio foram definidos em 1948, na Convenção da ONU para a Prevenção e a Repressão do Crime de Genocídio, que foi assinada pelo Brasil quatro anos depois.

Nessa reunião, entendeu-se como genocídio atos “cometidos com a intenção de destruir no todo ou em parte, um grupo nacional, étnico, racial ou religioso“. Os diplomatas que participaram da Convenção estavam com imagens frescas na memória dos genocídios de armênios pelos turcos e de judeus pelos nazistas.

Ao usar esse termo, Lula precisa dizer então qual é o grupo "nacional, étnico, racial ou religioso" que está sendo destruído em todo ou em parte intencionalmente. "Crianças inocentes" não poderiam ser consideradas como tal.

Falar em "palestinos" também não faria sentido algum, uma vez que Israel não tem como alvo os palestinos e há uma boa relação com os árabes que vivem na Cisjordânia e com aqueles que moram em Gaza e trabalhavam em Israel. Até o início da guerra, cerca de 20 mil moradores da Faixa de Gaza tinham visto para trabalhar em Israel, principalmente na agricultura e na construção civil. Além disso, caminhões israelenses entregavam diariamente alimentos e remédios no território. Israel ainda fornecia luz e água para os 2 milhões de habitantes da Faixa de Gaza.

O único caso em que a definição de genocídio pode ser aplicada no atual conflito do Oriente Médio é em relação aos judeus. E esse crime foi perpetrado pelo grupo terrorista Hamas. Nos vídeos dos interrogatórios dos terroristas e nas mensagens que eles enviaram por celular para suas famílias, pode-se ver claramente o desejo de matar judeus. Eles queriam assassinar bebês, jovens, mulheres e idosos, qualquer um que aparecesse pela frente, desde que fossem judeus. O número de mortos no ataque de 7 de outubro já beira os 1.400.

Vale notar ainda que, desde pequenos, os moradores da Faixa de Gaza são ensinados que devem matar judeus, como mostram os vídeos de crianças divulgados pela vice-prefeita de Jerusalém, em O Antagonista.

https://twitter.com/o_antagonista/status/1717244499687031085

Lula, contudo, falou que o genocídio em questão matou "2 mil crianças", o que mostra mais uma vez que ele não entende ou não quer entender o que está acontecendo no Oriente Médio.