Gastos militares globais superaram US$ 2,4 trilhões em 2024
Guerras na Europa e no Oriente Médio forçaram os países da OTAN a aumentarem os investimentos em defesa
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Os gastos globais com defesa atingiram US$ 2,46 trilhões em 2024, segundo o relatório "Balanço Militar" do Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS) de quarta-feira, 12.
Entre os países europeus, os investimentos superaram 11% em comparação a 2023, em função da crescente percepção de ameaça.
"Os aumentos foram impulsionados pela deterioração dos ambientes de segurança e percepções de ameaças mais agudas, particularmente na Europa e no Oriente Médio e Norte da África (MENA), que viram grandes aumentos, assim como alguns países asiáticos importantes", diz trecho do documento.
No ano anterior, o investimento ficou em US$ 2,24 trilhões.
De acordo com o levantamento, países da Ásia, Europa e Oriente Médio elevaram os gastos em função da redução inflacionária.
"A única região que não viu aumentos em termos reais foi a África Subsaariana, onde os gastos com defesa caíram 3,7%", traz o IISS.
OTAN e Europa
Os gastos europeus com defesa chegaram a US$ 457 bilhões em 2024, sendo o décimo ano seguido de crescimento na área.
A invasão russa à Crimeia, em 2014, acendeu um sinal de alerta para os países reforçarem o aparato militar.
Assim, os gastos passaram a ser referentes a 2% do PIB das respectivas nações.
"Os orçamentos de defesa em outros países também cresceram significativamente, como na Polônia, que se tornou o 15º maior gastador de defesa globalmente em 2024, acima do 20º lugar em 2022", diz.
Investimento russo
Apesar do crescimento de investimentos militares em apoio à Ucrânia, a Rússia gastou mais do que todo o continente europeu, tendo crescimento de 41,9%.
As despesas militares chegaram a US$ 462 bilhões no ano passado, o equivalente a 6,7% do PIB.
"Os gastos russos em 2024 representaram o equivalente a 6,7% do PIB - mais que o dobro dos níveis nos anos anteriores à invasão em grande escala da Ucrânia em 2022. Esses gastos e as pressões fiscais associadas provavelmente continuarão em 2025, com gastos de defesa identificáveis estimados em 7,5% do PIB".
Desde início da guerra, os russos dobraram o investimento em defesa.
Pressão de Trump
Antes de tomar posse, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou que os países europeus da OTAN (Organização do Tratado do Atlântico Norte) deveriam elevar seus gastos com defesa para 5% do PIB.
Sob o ex-presidente Joe Biden, os EUA tiveram o crescimento no setor restrito pela Lei de Responsabilidade Fiscal de 2023.
Segundo o IISS, o impacto do retorno de Trump ainda é "ambíguo à luz da influência dos falcões fiscais dentro do Partido Republicano, bem como quaisquer reduções potenciais em compromissos no exterior".
Moderação
Países asiáticos seguiram o costume de investirem em defesa de forma "moderada".
O Japão foi um país que aumentou os gastos militares, em defesa às possíveis ameaças da Coreia do Norte e China.
"O orçamento de defesa da China cresceu 7,4% em termos reais, superando a taxa média de 3,9% para o resto da região, apesar dos aumentos significativos no Japão e na Indonésia."
De 2021 para o ano passado, o investimento global no continente caiu em 4,2%.
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