'Gabinete paralelo' não se intimida com CPI e mantém onda de desinformação nas redes
Mesmo sob o risco de indiciamento pela CPI da Covid, os médicos e políticos suspeitos de integrar o chamado “gabinete paralelo” não se intimidaram com as investigações e seguem tocando, nas redes sociais, uma agenda de difusão de desinformação sobre a pandemia. Senadores afirmam que Bolsonaro usou a estrutura extraoficial para justificar a tese da...
Mesmo sob o risco de indiciamento pela CPI da Covid, os médicos e políticos suspeitos de integrar o chamado “gabinete paralelo” não se intimidaram com as investigações e seguem tocando, nas redes sociais, uma agenda de difusão de desinformação sobre a pandemia.
Senadores afirmam que Bolsonaro usou a estrutura extraoficial para justificar a tese da imunidade de rebanho como tática para o combate à crise sanitária, contra as recomendações do Ministério da Saúde. A estratégia, refutada por especialistas, prevê a circulação do vírus de forma livre, para a infecção dos cidadãos, até o ponto em que haja uma quantidade suficiente de imunizados para cessar a pandemia.
A postura do grupo não mudou após o início da vacinação em massa. Nas plataformas digitais, em vez de estimular a população a ir aos postos de saúde tomar os imunizantes, os aliados de Bolsonaro têm tentado desacreditá-los e usam as publicações para condenar o “passaporte da vacina”, comprovante exigido em algumas cidades para a entrada de cidadãos em estabelecimentos, a fim de frear o contágio.
Apesar de rejeitar o nome atribuído pela CPI ao grupo, no final de semana, a oncologista Nise Yamaguchi acabou confirmando, com outras palavras, a existência da estrutura numa publicação nas redes. “Paralelo significa linhas que não se encontram, nem no infinito. O que existe, continuo reiterando, são encontros, com consultorias científicas ocasionais, dentro do governo, a favor do povo brasileiro”, escreveu.
A médica ainda reclamou dos críticos ao uso do kit covid, composto por medicamentos ineficazes contra o coronavírus, e ironizou um canal criado pela CPI para o recebimento de denúncias relativas à pandemia. “Quem sabe de quem ficou em casa até ficar com falta de ar e teve que ir para a UTI ou quem foi para casa aos sintomas iniciais e não tratou, evoluindo mal, por favor encha as caixas do Senado no e-mail da CPI da Covid criado para nos atacar! Vamos inverter o jogo!”, bradou.
O ex-ministro e deputado federal Osmar Terra também tem desestimulado a vacinação. Ontem, o parlamentar questionou os efeitos das vacinas ao compartilhar uma notícia sobre a infecção de Patrícia Abravanel, filha de Silvio Santos, pelo coronavírus, embora a apresentadora esteja imunizada. “Qual é mesmo a ‘eficácia’ das vacinas?”, escreveu.
“Faça um teste na sua rede de amigos e na internet. Pergunte quantos pegaram sarampo, pex [por exemplo], depois que se vacinaram quando crianças. Quantos conhecidos tiveram Covid depois de se vacinarem totalmente, sem ter adoecido antes? Quantos curados da Covid a tiveram novamente, vacinados ou não?”, emendou.
Nas publicações, o parlamentar ignora o fato de que, embora as vacinas não tenham eficácia de 100% e, assim, não driblem completamente o contágio, são suficientes para evitar a grande maioria dos casos graves, que levam à intubação e à morte.
Na outra ponta, o virologista Paolo Zanotto usa as redes sociais para, como Jair Bolsonaro, defender que a “imunidade natural” de quem contraiu Covid-19 anteriormente é mais eficaz que a produzida pela vacina.
“Esta briga está sendo travada em vários países neste momento. Os dados mostram que a imunidade natural é muito mais completa e robusta. Mas hoje o que impõe a verdade não é a ciência, mas sim as cornetas de aluguel”, disse a um seguidor.
Infectologistas, porém, destacam que, apesar de não haver consenso sobre qual imunidade pode ser mais robusta, a vacinação é a melhor estratégia a ser adotada para conter a pandemia, já que produz imunidade sem envolver os riscos associados à infecção.
Yamaguchi, Terra e Zanotto integram a lista de investigados pela CPI e devem ser alvos do relatório final da comissão, elaborado por Renan Calheiros. A tendência é de que eles sejam enquadrados pela prática de crime comum.
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Comentários (10)
Darci
2021-10-13 10:57:41Inacreditável! A médica, Dra Yamaguchi, transformou, e não é de hoje, a saúde pública num circo, onde ela acha que a pandemia que ceifou a vida de 600 mil brasileiros, é apenas uma questão de ver quem grita mais alto nas mídias sociais. Sociopatia é um termo leve para descrever o caráter desta senhora. Quanto a Osmar Terra, acho que, simplesmente falar/escrever sobre as incríveis besteiras que fala é dar atenção demais a ele, basta ver suas declarações sobre a pandemia em março/abril 2020.
Charles
2021-10-13 08:08:34Este Terra além de seu médico medíocre e um imbecil de carteirinha. Suas estatísticas sempre foram furadas e suas conclusões erradas. Se fossemos seguir suas recomendações estriamos com alguns milhões de mortos acumulados!
Elaine
2021-10-12 19:14:12Toda esta verborragia pode iludir os insanos, mas se esborracha não realidade de várias formas : 1-O declínio em queda livre de novos infectados e mortes foi gritante , para desespero de uns e outros mentores da bolha bolsonarista contra vacina 2-A pretensa idolatria cega foi desmascarada pois enorme parte da população aderiu e todos vão sim se vacinar ! Sem falar num e noutros ministros do governo que vacinam escondidos .. e a 1ª dama vacina do exterior porque é mais chic ! Hipócritas .
Rodrigo
2021-10-12 13:33:21Ter opinião agora virou crime? Ponto e contraponto são fundamentais para democracia e para ciência. A própria jornalista informou q não há consenso sobre a robustez de imunidade, e os próprios fabricantes de vacinas já desenvolvem remédios para tratar os infectatos em casa. Transformar opinião em crime comum é típico de ditaduras!
William
2021-10-12 13:23:13Já parou pra pensar que essas Fake News pôde estar vindo da PTzada só para incriminar o presidente?
Silvino
2021-10-12 12:58:24Osmar Trevas, ridículo, será que participou do Karaoke da Micheque, ou estava nas sombras para aproveitar os finalmentes?
Pedro
2021-10-12 12:22:23Essa CPI do CIRCO É UMA PALHAÇADA....comandada por uma ladrão e corrupto como RENAN CALHEIROS COM VÁRIOS PROCESSOS NO STF...TENHAM VERGONHA NA CARA SEUS PALHAÇOS
Velhinha de Taubaté
2021-10-12 11:03:15O que está errado é terem batizado esse grupo como sendo "Gabinete Paralelo". O certo seria que o tratassem como GI: Gabinete dos Idiotas.
PAULO
2021-10-12 10:41:35Com a ascensão do Bolsonaro ao poder, sofremos uma involução civilizatória. Umberto Eco disse q a internet deu voz aos idiotas. Com o advento da internet, somado a termos um sociopata na presidência, seres idiotas se imaginando EXTRAORDINÁRIOS, foram alçados a posições de destaque. O resultado disso são mais de 600 mil mortes. AGORA O Q A SOCIEDADE CLAMA, É A DEVIDA PUNIÇÃO PARA ESSES CRIMINOSOS. Atrás das grades eles poderão refletir melhor sobre o q fizeram. Ainda ñ somos bárbaros. Moro 🇧🇷
Globolixo
2021-10-12 10:40:03Psicopatas e quem concorda com reportagem desta revistinha! Seus imbecis acorda! O Brasil mudou pra melhor ! Jornalistas de orgaos de imprensa são a escória só Brasil! ACORDA IDIOTA!