'Foi a 1ª manifestação da minha vida, e encontrei a repressão', diz cubano que protestou em SP
O clínico-geral cubano Francisco Rosabal, de 38 anos (foto), veio para o Brasil há oito anos para participar do programa Mais Médicos, criado pelo governo petista. Teve de abandonar o programa depois que os coordenadores descobriram que ele tinha feito o exame Revalida para trabalhar como médico no Brasil. Pelas regras da ditadura cubana, os médicos...
O clínico-geral cubano Francisco Rosabal, de 38 anos (foto), veio para o Brasil há oito anos para participar do programa Mais Médicos, criado pelo governo petista. Teve de abandonar o programa depois que os coordenadores descobriram que ele tinha feito o exame Revalida para trabalhar como médico no Brasil. Pelas regras da ditadura cubana, os médicos eram proibidos de fazer a prova. Na segunda, 12, Rosabal foi com um grupo de 15 cubanos fazer uma manifestação em frente ao Consulado de Cuba em São Paulo. Ao chegar lá, eles se depararam com cerca de 60 militantes do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra e do Partido da Causa Operária. Após sofrerem agressões, registradas por Rosabal em um vídeo publicado no Facebook, os cubanos deixaram o local. Rosabal, que passou no Revalida e hoje tem CRM, conversou com Crusoé pelo telefone.
O que aconteceu na segunda, 12, em frente ao Consulado de Cuba em São Paulo?
Eu e mais uns 15 cubanos, de diversas profissões, combinamos de fazer uma manifestação em frente ao consulado. Nós ficamos sensibilizados com os protestos do povo cubano, vimos que pessoas foram mortas, e quisemos mostrar nossa solidariedade. Levamos bandeiras de Cuba e alguns cartazes com frases como "Pátria e vida" e "Cuba livre". Ao chegar lá, havia umas 60 ou 80 pessoas com bandeiras, instrumentos musicais e camisetas vermelhas.
O que aconteceu em seguida?
Eles estavam em muito mais gente. Fomos recebidos com agressões. Gritaram que éramos mercenários. Foi uma situação bastante constrangedora. Um deles arrancou a bandeira de uma moça. Outro pegou meu cartaz e rasgou. Houve enfrentamento. Queriam que a gente brigasse, mas deixamos claro que essa não era nossa intenção. Só queríamos mostrar que estávamos a favor do povo cubano, de uma forma pacífica, e nos manifestar.
Como explicar que havia tanta gente em frente ao consulado numa segunda-feira de tarde?
Conheci os outros cubanos pelo Facebook e combinamos o protesto pelo WhatsApp, um dia antes. Acho que algum espião cubano se infiltrou no grupo e avisou o consulado. Ficou muito evidente para nós que eles estavam bem organizados e nos esperavam.
Antes desta segunda, 12, o sr. tinha tido algum problema com a ditadura cubana?
Cuba é um país com um governo muito repressor. Então somos um povo submisso, que nunca se manifesta. Por isso, sempre tomei distância da política. Ao participar do Mais Médicos, me disseram que eu não poderia me encontrar com pessoas que faziam oposição à ditadura cubana ou ao governo do PT. No estado do Espírito Santo, para onde eu fui enviado, havia um encarregado da ditadura que nos controlava. Se ele soubesse que um médico tinha se encontrado com alguém da oposição, essa pessoa era expulsa para Cuba. Então, continuei longe da política.
O protesto de segunda mostra uma mudança...
Sim. Já com a cidadania brasileira, e depois de ver várias manifestações no Brasil, entendi que poderia exercer a liberdade que tenho hoje. Agora vivo em um país livre. A Constituição me garante a liberdade de expressão. Essa foi a primeira manifestação da minha vida, e encontrei a repressão cubana.
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Comentários (10)
Maria
2021-07-15 11:03:16Força!#Cuba libre.
Manoel
2021-07-15 07:01:40Esses extremistas de direita e esquerda são um câncer para o país. Veja que o governo Bolsonaro estimula a mesma prática. São inúmeros casos de pessoas reprimidas por usar camisas ou portar cartazes contra o genocida.
Luiz
2021-07-15 04:50:23É para onde o Brasil está indo, caso o Luladrão volte ao poder. Dá-lhe, Capitão! Brasil acima de tudo! Deus acima de todos!
Paulo Terracota
2021-07-14 17:54:26A intolerância desses analfabetos conduzidos por militantes comunistas é caso de excesso de imbecilidade.
Fernao
2021-07-14 15:57:56Brasileiros defendendo a ditadura cubana e agredindo cubanos que pedem liberdade. Quem são esses Brasileiros agressores??? apoiadores de lula com certeza
Inês
2021-07-14 15:47:26Chega de narrativas esquerdopatas, só aqui nas terras tupiniquim, cubano deveria voltar para lá.
Jorge
2021-07-14 12:04:08Esta notícia deveria ser tornada pública após alguns dias - só para privilegiar os assinantes - dada sua utilidade pública. É uma vergonha para o Brasil que existam aliados da repressão em nosso país.
MARCOS
2021-07-14 11:12:50Petistas/comunistas são sempre assim: Covardes, canalhas defensores de regimes ditatoriais.
PAULO
2021-07-14 11:11:37Os Cubanos chegaram a conclusão que não terão nunca uma qualidade de vida melhor numa ditadura. Economia forte é irmã siamesa da Democracia robusta. Com isso, os cubanos foram para às ruas protestarem, e foram agredidos e mortos. Aqui no Brasil, petistas foram para às ruas, pedindo o Lula Livre. Então lá em Cuba, os cubanos são mortos por protestarem. E aqui no Brasil, petistas podem pedir o Lula Livre, mas os cubanos que vivem aqui, não podem pedir Cuba Livre?
Leonardo
2021-07-14 10:42:17Então existe no Brasil uma milícia (MST) a serviço de governos estrangeiros (Cuba) cumprindo ordens de realizar "segurança" e repressão em solo brasileiro? E os nossos governantes, que tanto nos enchem de orgulho, nada fazem?