‘Falta de tecnologia’ vira desculpa para paralisar investigações de corrupção na Argentina
Como os juízes da Argentina não têm autonomia suficiente, o poder Executivo exerce enorme influência no Judiciário. A regra geral é a de que governantes corruptos só são investigados a sério depois que deixam o poder. Enquanto estão na Casa Rosada, não há muito entusiasmo para seguir com os casos. Na posse do presidente Alberto...
Como os juízes da Argentina não têm autonomia suficiente, o poder Executivo exerce enorme influência no Judiciário. A regra geral é a de que governantes corruptos só são investigados a sério depois que deixam o poder. Enquanto estão na Casa Rosada, não há muito entusiasmo para seguir com os casos.
Na posse do presidente Alberto Fernández em dezembro do ano passado, já se esperava que as investigações contra a vice-presidente Cristina Kirchner (foto) perderiam fôlego. Foi exatamente o que aconteceu, mas com uma desculpa que não havia até então. Em maio, o presidente do Conselho da Magistratura, Alberto Lugones, afirmou que o caso contra a vice-presidente não poderia avançar por falta de recursos tecnológicos para fazer o julgamento.
"Muitos casos de corrupção foram paralisados. Alguns estão sem data para reiniciar e outros seguem em velocidade lenta", diz o advogado argentino Luis María Palma, especialista em modernização dos tribunais.
Os juízes, porém, estão trabalhando remotamente. O Congresso também, assim como boa parte do país. "A desculpa de que não há recursos tecnológicos para fazer videoconferências não pode ser levada a sério. Se todo mundo está trabalhando virtualmente, de um jeito ou de outro, não há motivo para que os juízes não possam fazê-lo."
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