Raimundo Sampaio/MetrópolesCoaf:

Em junho, Coaf produziu número recorde de relatórios como o de Queiroz

12.07.20 10:01

O Conselho de Controle da Atividades Financeiras, o Coaf, produziu no último mês de junho 1.119 relatórios como o enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro sobre as transações atípicas de Fabrício de Queiroz, ex-assessor de Flávio Bolsonaro.

O número é recorde se comparado com o mês de junho dos últimos seis anos. Em junho de 2015, auge da Operação Lava Jato, por exemplo, foram produzidos 390 RIFs, como são chamados os relatórios de inteligência financeira. No mesmo período do ano passado, foram 876 e, em 2018, 452. Em 2020, o Coaf já produziu 5.840 relatórios nos primeiros seis meses – em 2019, foram 6.273.

Os RIFs são produzidos a partir de dados enviados para o Coaf por empresas de diversos setores classificados, por lei, como “obrigados” a informar o conselho sobre determinados tipos e padrões de transações. Na lista de “setores obrigados” estão os bancos, as lojas de bens de luxo, empresários de atletas e artistas e corretoras. Somente em 2020, o Coaf recebeu 2,8 milhões de comunicações de diferentes áreas.

Os técnicos organizam as informações nos RIFs e os encaminham por meio de um sistema oficial para órgãos de fiscalização e investigação, como a Polícia Federal e o Ministério Público.

O Coaf foi alvo de disputa política no início do governo Jair Bolsonaro. Após ser transferido no início do governo para o Ministério da Justiça, então comandado pelo ex-juiz Sergio Moro, como havia prometido o presidente durante a transição de governo, o conselho retornou para o Ministério da Economia. De lá, foi para a aba do Banco Central, onde permanece.

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