Evo Morales anuncia filiação a partido para tentar candidatura
Ex-presidente se junta ao partido Frente para la Victoria (FPV) pelo qual afirma que sairá candidato em 17 de agosto
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O ex-presidente Evo Morales afirmou que se filiará ao partido Frente para la Victoria (FPV) nesta quinta, 20.
Segundo o cocalero, a intenção é concorrer pelo novo grupo como "candidato único" à Presidência na eleição de 17 de agosto, após ter perdido a liderança histórica de quase 30 anos no partido Movimento ao Socialismo (MAS).
"Já temos partido para participar das eleições deste ano. Com a Frente para a Vitória venceremos novamente as eleições nacionais. Quero que saibam que não há condições, tudo aqui é para salvar a Bolívia", disse Morales aos seus apoiadores em Cochabamba.
No acordo assinado com o FPV, o cocalero escolheria em outro momento o candidato à vice.
Segundo o líder do partido, Eliseo Rodríguez, Morales representa os valores do FPV.
A justiça boliviana, contudo, já determinou que o ex-presidente está proibido de participar da corrida eleitoral.
Em dezembro do ano passado, a Justiça boliviana convocou Morales para comparecer em um julgamento na região de Tarija, onde seria julgado por acusação de pessoas.
Ele é alvo de sete denúncias de abuso de menores na região de Cochabamba.
Com medo de ser preso, o cocalero não sai da região do Trópico de Cochabamba desde outubro, onde conta com a proteção de plantadores de coca, base de sua influência política e sindical.
Saída do MAS
Em novembro do ano passado, Morales deixou de ser presidente do MAS desde que a ala apoiadora do atual presidente da Bolívia, Luis Arce, elegeu Grover García como líder do partido governista.
O Tribunal Eleitoral da Bolívia reconheceu García como novo chefe do MAS.
Na ocasião, o ex-presidente da Bolívia Carlos Mesa declarou que Morales “não tem direito constitucional de ser candidato:
“Ele precisa entender que o tempo dele acabou e que, além disso, precisa responder as acusações que não são de natureza política. Elas são mais graves, de natureza moral, e que ainda em que ser julgado. Ele tem que aceitar a acusação e enfrentá-la com coragem, se ainda tiver“, afirmou o ex-presidente.
Há anos, a sigla enfrenta disputas internas de poder.
A mais significativa foi quando houve o rompimento entre Arce e Morales.
Protestos
A milícia de Morales garante apoio ao ex-presidente na disputa contra Arce.
Em 15 de outubro do ano passado, os apoiadores bloquearam diversas estradas ao redor de Cochabamba como forma de impedir uma prisão do ex-presidente.
Ele é investigado por suposto crime de abuso de uma menor de idade durante o seu mandato, nos anos de 2006 a 2019.
Os cocaleros pede para que o governo declare os processos contra Morales como “sem efeito” e que a candidatura do ex-presidente seja ratificada para as eleições do próximo ano.
Em novembro, os cocaleros ocuparam um quartel e fizeram militares de reféns na região do Chapare, em Cochabamba. Eles portavam pedaços de madeira com pontas afiadas ameaçando os oficiais.
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