Foto: Mr. Bullitt/Wikimedia CommonsExif_JPEG_422

EUA vetam entrada da Palestina na ONU

18.04.24 18:39

Os Estados Unidos vetaram, nesta quinta-feira, 18 de abril, uma resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas que tornaria o Estado da Palestina um membro da ONU.

Dos 15 integrantes do Conselho de Segurança, 12 votaram a favor da resolução e dois se abstiveram. Como membro permanente, os americanos tem poder de veto.

Se tivesse sido aprovada, a medida levaria a uma votação de maioria simples na Assembleia Geral da ONU, com os 190 membros da organização, e sem vetos. Cerca de 140 países já reconhecem o Estado Palestino.

“Ações prematuras em Nova Iorque – mesmo com as melhores intenções – não alcançarão a criação de um Estado para o povo palestino”, disse o porta-voz do Departamento de Estado americano Vedant Patel antes da votação desta quinta.

O Estado Palestino tem o status de observador na ONU desde 2012.

O discurso de Mauro Vieira

 

O chanceler brasileiro Mauro Vieira (foto) discursou nesta quinta-feira, 18, no Conselho de Segurança da ONU. O ministro das Relações Exteriores passou a defender, publicamente, que a organização aceite a Palestina como um membro pleno na Organização.

“O Brasil encoraja o Conselho de Segurança para que se analise o pedido pelo seu principal ponto— que se repare por meios pacíficos a injustiça histórica que é a aspiração palestina pelo reconhecimento de seu Estado”. disse Vieira em seu discurso.

E aí, citou o chefe. “Como o presidente Luiz Inácio Lula da Silva apontou perante a Liga Árabe no Cairo em janeiro deste ano, a decisão sobre a existência de um estado independente palestino foi feito há 75 anos pela própria Organização das Nações Unidas”, ele continuou. “Portanto, não há desculpas para prevenir a entrada da Palestina na ONU como membro pleno.”

Ao fim, Vieira concluiu que “a hora chegou parta a comunidade internacional para finalmente recepcionar uma plenamente soberano e independente estado da Palestina como membro das Nações Unidas.”

O posicionamento do chanceler é alinhado com as recentes visões de Lula, que ignoram os ataques iranianos ao território israelense e mantém a tese de que a solução de dois estados, defendida pelo estado brasileiro, será a única capaz de trazer paz à região. “Um compromisso confiável com a paz e a segurança no Oriente Médio requer que a comunidade internacional tome cada passo necessário para se fazer cumprir a autodeterminação do povo palestino”, continuou.

Em fevereiro, o Itamaraty de Vieira já havia pedido na Corte Internacional de Justiça, em Haia, que ordenasse o fim de assentamentos israelenses na Cisjordânia. As posições se tornaram mais claras em fevereiro, após Lula ter comparado a ação do exército israelense na Faixa de Gaza ao holocausto. A fala feita na Etiópia gerou uma crise diplomática entre os dois países e uma crise política interna no Brasil.

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