EUA dobram ajuda para salvar a Argentina
Secretário do Tesouro dos EUA Scott Bessent propõe plano extra para resgatar dívida e conter crise cambial na Argentina

O governo dos Estados Unidos implementou um pacote financeiro de mais 20 bilhões de dólares com objetivo de reduzir a volatilidade do peso argentino e apoiar o mercado de dívida do país. A medida faz parte de um pacote que combina compra direta de moeda e linhas de crédito adicionais para o banco central.
Bessent confirmou em entrevistas aos portais Semafor e Axios uma nova intervenção no mercado argentino e numa ajuda total de 40 bilhões de dólares, contando com a participação de investidores privados.
Bessent declarou que “estamos trabalhando em uma linha de crédito de 20 bilhões de dólares que seria complementar à nossa linha de intercâmbio de divisas”, indicando que o novo financiamento se soma ao swap cambial já existente, ampliando liquidez disponível e reduzindo pressões sobre o peso argentino.
A compra direta de pesos pelo Tesouro americano buscou reforçar a liquidez e apoiar títulos de dívida, resultando em aumento nos preços desses papéis e queda do yield de títulos de dez anos para cerca de onze vírgula quarenta e sete por cento, o menor nível em semanas.
Segundo Bessent, “muitos bancos e fundos soberanos já mostraram interesse”, sinalizando que investidores privados colaboram na estabilização, diversificando fontes de financiamento e reduzindo a dependência exclusiva de recursos públicos.
O pacote vem em resposta à crescente diminuição das reservas argentinas, incluindo venda de 1,8 bilhão de dólares recentemente, reforçando a necessidade de intervenção externa.
O programa tem implicações econômicas e políticas: a continuidade do apoio depende de decisões do governo argentino e do interesse dos bancos e fundos internacionais em manter o fluxo de crédito. A escala e rapidez da intervenção refletem a urgência em conter riscos de contágio regional e preservar a confiança nos mercados financeiros.
Analistas apontam que detalhes sobre os custos finais, critérios de seleção de investidores e limites do swap permanecem pouco claros, criando incertezas quanto à eficácia do pacote. Apesar disso, a iniciativa representa uma das maiores operações de apoio financeiro recente na América Latina, colocando os EUA em posição central na gestão da crise argentina, na expectativa de afastá-la da China.
A previsão é que, nos próximos dias, à espera das importantes eleições parlamentares, o comportamento do peso e dos títulos da dívida indique se o pacote vai conseguir estabilizar a economia ou apenas adiar ajustes necessários.
É bom lembrar que Trump declarou essa semana que se o partido de Milei não as vencer, não vê porque deveria seguir ajudando o país.
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