Eu e meu xará Philippe Coutinho: faço aqui uma confissão

25.06.18 13:16

Andy Warhol já dizia que, um dia, todos teriam seus 15 minutos de fama. As coisas andam tão rápidas nesse mundo de internet que prefiro pensar que, nas redes sociais, essa fama dura 15 segundos. E eu (@filipecoutinho) tive essa breve fama (ou hype, na linguagem dos mais jovens da internet) desde que o país ficou no sufoco no jogo contra a Costa Rica, para depois vibrar com o gol de bico de Philippe Coutinho (@Phil_Coutinho), aos 46 do segundo tempo.

No jogo contra a Suíça, houve uma meia dúzia de pessoas que se confundiram achando que eu era o craque no Twitter. Mas a partida estava difícil e meu celular estava desligado. E quando eu fui olhar as mensagens, o Brasil já tinha tomado um gol e a internet estava “pistola” (ou irritada, em bom português). Portanto, ninguém estava nem aí para Coutinho algum.

Mas a euforia do gol contra a Costa Rica mudou essa história. Já não era meia dúzia, mas algumas dezenas me marcando no Twitter. E tinha de tudo: elogios, agradecimentos, pedidos de casamento e outras mensagens mais picantes.

Ainda sim, estava longe de ser o hype que veio depois. Gentilmente, tentei responder todos os posts. Isso acabou se tornando impraticável, e resolvi simplificar. Bolei uma frase simples e genérica, que serviria quase que como uma resposta automática:

“Obrigado a todos pelas palavras de carinho!”.

O efeito foi reverso. É impossível saber exatamente o que aconteceu. Mas imagino que alguém que me seguia (e me conhecia) replicou a mensagem, alcançando pessoas que devem ter achado que se tratava um agradecimento do craque após o jogo. E foram replicando, replicando, replicando (ou retuitando, em internetiquês).

Foi uma bola de neve. Inúmeros elogios à minha humildade (ou à dele) e ao gol marcado. E, de novo, pedidos de casamento. Essa onda tornou-se grande. E depois ficou gigante porque passei a responder os usuários. Alguns, aparentemente eufóricos por achar que a resposta era do craque. E outros, muitos, adoraram a zueira. E, na internet, a zueira não tem limites.

Os números falam por si só. Foram mais de 5,3 milhões de interações no Twitter, quase metade só com aquela mensagem de agradecimento. Isso significa um crescimento de 9.000% em relação à vida virtual de Filipe Coutinho, o jornalista, no Twitter.

Mais de 416 mil pessoas se deram ao trabalho de entrar no meu usuário para verificar se, de fato, eu era ou não era o jogador. E dois mil usuários resolveram me seguir desde o gol da Costa Rica (algo como 10% dos meus seguidores).

Existem inúmeras maneiras de explicar esse hype todo. Eu prefiro pensar que o que surpreendeu (e motivou) as pessoas a entrarem na brincadeira foi simplesmente porque interagi, educadamente, com simpatia e humor. E isso, infelizmente, tem sido cada vez mais raro nas redes sociais.

De minha parte, seguirei torcendo pela seleção e pelo meu xará, com ou sem a zueira do Twitter. E repito aqui aos leitores de Crusoé o que disse lá no Twitter: no que depender de mim, o hexa já é nosso!

Mas faço aqui uma confissão aos nossos leitores. Além do hexa, torço (e rezo) para que meu xará famoso não perca nenhum pênalti nesta Copa. A internet não me perdoará.

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  1. Kkkk, vc tirou de letra. Não consigo me ver nessa situação, desisti do WhatsApp em uma semana depois que recebi 428 msg em duas horas, era pra ser um grupo de estudos mas não havia uma única msg sobre estudo, só piadinhas, filminhos de extremo mal gosto e aquelas intermináveis msg de bom dia que se replicam. Não tenho a menos paciência. Na verdade tenho saudade do tempo que telefone era usado só pra ligar. As pessoas cancelavam compromissos pedindo desculpas, as msg deixaram todos mal educados.

  2. Sensacional! Não tenho Twitter, Instagram, Facebook ou qualquer outra modernidade dessas. Mas, se tivesse, viraria seu seguidor. A camisa 10 é sua, rapaz - no time da vida. Abs

  3. Muito bom e bem lembrado que na internet, não retornam, não agradecem e ponto. Da próxima mete lá : 'Obrigado e assine Crusoé'.

  4. Eu "se divertiu" com a zueira, brinquei muito, foi ótimo, desopilei, mas no meu 1º RT achei que você fosse realmente o player. Rir faz bem e ainda é o melhor remédio. Esperemos a próxima partida.

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