'Escudo eleitoral', novo chefe da PF deve manter política que escanteou combate à corrupção
A troca repentina no comando da Polícia Federal, anunciada nesta sexta, 25, não deve alterar em nada a atual política da PF de priorizar operações contra o tráfico de drogas em detrimento do combate à corrupção, em especial, aquela que envolve figurões da República. O novo diretor-geral da PF, Márcio Nunes (foto), é homem da...
A troca repentina no comando da Polícia Federal, anunciada nesta sexta, 25, não deve alterar em nada a atual política da PF de priorizar operações contra o tráfico de drogas em detrimento do combate à corrupção, em especial, aquela que envolve figurões da República.
O novo diretor-geral da PF, Márcio Nunes (foto), é homem da extrema confiança do ministro da Justiça, Anderson Torres, que o levou para ser o número dois da pasta logo após assumir o cargo, em março do ano passado. Torres deve deixar o posto em abril para ser candidato a deputado federal pelo Distrito Federal.
E a mudança no comando da PF, que terá o quarto diretor-geral desde o início do governo de Jair Bolsonaro, tem muito mais a ver com eleição -- no caso, a disputa presidencial --, do que com o trabalho efetivo da polícia na gestão de Paulo Maiurino, que foi remanejado para a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas, também vinculada ao ministério.
Desde abril de 2020, quando Sergio Moro pediu demissão do Ministério da Justiça acusando Bolsonaro de interferência indevida para proteger a família e seus aliados, a PF entrou no centro do debate político e suas ações ou inações passaram a ser amplamente questionadas.
Na gestão Maiurino, que assumiu o comando da instituição um ano depois, em abril de 2021, o cenário se agravou, com inúmeras trocas de delegados que atuavam em casos delicados envolvendo aliados do governo Bolsonaro e o próprio presidente. No período, a PF também mudou o foco, priorizando as operações contra o tráfico de drogas e escanteou as ações de combate à corrupção.
A politização da PF ficou ainda mais explícita na semana passada, quando Maiurino publicou uma nota no site da corporação para rebater uma afirmação feita por Sergio Moro, durante entrevista a uma emissora de TV, de que não tinha mais ninguém no Brasil sendo investigado ou preso por "grande corrupção".
Na nota oficial, Maiurino acusou Moro de mentir, fazer ilações e desconhecer o trabalho da PF. A resposta em um tom jamais usado por ele no cargo, para rebater um adversário de Bolsonaro na corrida presidencial, mergulhou a instituição no meio do debate eleitoral. Um debate em que Bolsonaro, Maiurino e a própria PF só têm a perder.
Por isso, a chegada de Márcio Nunes no comando da PF simboliza uma espécie de "escudo eleitoral" para Bolsonaro. A troca tira de cena um delegado que além de desidratar o combate à corrupção comprou briga justamente com o adversário que acusou o presidente de interferir politicamente na instituição.
O novo DG é visto como um nome mais técnico e respeitado pelos pares do que Maiurino, que antes de chefiar a instituição ocupou cargos administrativos nos tribunais superiores e foi secretário de Esportes em São Paulo, no governo de Geraldo Alckmin, provável vice na chapa do ex-presidente Lula.
Ao contrário de Maiurino, Márcio Nunes já havia comandado uma superintendência da PF -- foram três anos no Distrito Federal -- antes de assumir a secretaria-executiva do Ministério da Justiça à convite de Anderson Torres, no ano passado.
O elo com Anderson Torres, que virou amigo do senador Flávio Bolsonaro, filho 01 do presidente, e sua trajetória na PF são outros indicativos de que nada deve mudar na atual política da PF. Descrito por colegas como profissional discreto e operacional, Márcio Nunes tem na bagagem um histórico sete anos de atuação em operações contra o tráfico de entorpecentes.
Foi em uma ação contra traficantes em Goiânia, em 2006, que Márcio Nunes levou um tiro no braço e teve de se afastar um pouco da atuação operacional. "Apesar de ser delegado, ele sempre acompanhava os agentes em diligência na rua, virava a noite fazendo vigilância", relata um policial que já trabalhou com o novo diretor-geral.
Delegados ouvidos por Crusoé acreditam que o novo chefe da PF deve atuar para tirar a instituição dos holofotes, especialmente no período de campanha, onde qualquer operação pode ser politizada a ponto de minar a credibilidade da polícia.
“No atual momento, qualquer um que chega já entra perdendo de três a zero, porque precisa reconstruir a imagem da PF, demonstrando aderência à instituição, não ao governo. Isso é o papel de qualquer dirigente. Para o desgaste atual, Márcio é um bom nome, mas o peso sobre ele será muito grande”, afirma um outro delegado ouvido por Crusoé.
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Comentários (4)
Sônia Adonis Fioravanti
2022-02-26 13:40:33Filhotes RACHIDS e aliados cor RUPTOS PRECISAM SER BLINDADOS.filhotes acima de tudo e lá droes aliados acima do país .MESSIAS BOZO 1:171
Maria
2022-02-26 11:09:41MORO PRESIDENTE 2022!🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷🇧🇷
Jose
2022-02-25 20:58:06Os bozistas neo-comunistas da KGB fazendo o que sempre fizeram: reduzir o combate à corrupção!
MARCIO
2022-02-25 17:49:07Fod.a-se esse país de mer.da, que Nero enfie a tal "Pátria Amada" no ra.bo