Eram os músicos nazistas?
A banda Mayhem tem o visual que associa o black metal a um dos gêneros mais obscuros da música: para combinar com as letras com menção a satã e a morte, em vozes gutural e batidas aceleradas, a banda usa de maquiagens com base branca, num aspecto cadavérico. Quase na ponta oposta, Aurora aposta numa...
A banda Mayhem tem o visual que associa o black metal a um dos gêneros mais obscuros da música: para combinar com as letras com menção a satã e a morte, em vozes gutural e batidas aceleradas, a banda usa de maquiagens com base branca, num aspecto cadavérico. Quase na ponta oposta, Aurora aposta numa música pop tão descompromissada que você jura tê-la ouvido em alguma loja — a jovialidade combina com sua estética alegre, até certo ponto infantil.
Em comum, a banda de 39 anos de estrada e a cantora de 26 anos de idade passaram pelo crivo da Internet e mesmo das autoridades brasileiras, por supostas associações com o neonazismo. Ambos vêm da Noruega, mas o que uniu e o que separa artistas tão diferentes a estarem no Brasil no intervalo de uma semana?
Em uma turnê pelo Brasil há duas semanas, a banda de black metal teve um show cancelado em uma casa para 2.000 lugares em Porto Alegre após o local amanhecer com uma faixa de protesto, contra as ligações da banda com o movimento neonazista. Autoridades em outros estados por onde a banda passaria acenderam o alerta e, quando o grupo chegou a Brasília, o Ministério Público derrubou na Justiça o show.
No caso de Aurora, a polêmica veio de Sigmund Vestrheim, seu baterista para um show na edição brasileira do Lollapalooza. No agradecimento final, ele fez um "OK" com os dedos (foto), gesto ligado aos supremacistas brancos. Foi o mesmo que levou Filipe Martins, assessor de Jair Bolsonaro, a ter problemas com o Senado.
O Mayhem se disse apolítico e contra racismo, homofobia ou crimes de ódio — mas como dissociar a banda das fotos antigas de membros com símbolos da suástica, ou antigas declarações de membros da banda contra questões como miscigenação? Para quem já pôs a foto de seu vocalista suicida na capa, o limite entre o que a banda pensa e o que ela professa fica borrada.
No caso de Aurora, a defesa foi mais enfática: a cantora defendeu seu músico. "Então, deixe-me dizer isso alto e claro: Sigmund definitivamente não é defensor dessas opiniões malignas de extrema direita", ela escreveu em suas redes sociais. "Seus valores são, antes, o oposto". Sigmund disse que são "coincidências" e que não é um simpatizante nazista.
A cantora — e seu baterista — tocam esse final de semana no México (onde não houve nenhuma polêmica do tipo). O Mayhem estará longe: nesse sábado (1º), o show é em Bangalore, na Índia. Em junho, ambos tocam na Noruega natal.
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Comentários (1)
Guilherme Maurício Monteiro
2023-04-02 20:52:08Porra, como é que um texto dessa revista pode sair com tantos erros de português ???