Eduardo Santillán / Presidencia de la República via FlickrDaniel Noboa. Foto: Eduardo Santillán / Presidencia de la República via Flickr

Equatorianos aprovam agenda de segurança pública de Noboa

22.04.24 16:47

Os equatorianos aprovaram toda a agenda de segurança pública proposta pelo presidente, Daniel Noboa (foto), em referendo neste domingo, 21 de abril.

Duas das principais medidas são a autorização às Forças Armadas combater o crime organizado e ao governo extraditar cidadãos equatorianos.

A primeira foi aprovada com mais de 70% e a segunda, com 65%.

Outras medidas que passaram envolvem o aumento de penas para diversos crimes, como terrorismo, produção e tráfico de drogas, organização criminosa, assassinato, sequestro, tráfico de armas, lavagem de dinheiro e mineração ilegal.

Também se aprovou que armas, explosivos e munições detidos com criminosos possam ir para a Polícia Nacional ou para as Forças Armadas.

Apenas duas de 11 perguntas do referendo foram rejeitadas. Elas eram relacionadas a legislação trabalhista e comercial.

 

Tráfico de drogas

A proliferação de organizações criminosas no Equador se explica porque o país fica geograficamente espremido entre a Colômbia e o Peru, os dois maiores produtores mundiais de cocaína. À medida que a Colômbia intensificou o  combate aos narcotraficantes, ainda nos anos 1990, esses grupos passaram a usar o Equador e a Venezuela como rota de tráfico. No caso venezuelano, o regime chavista acolheu o narcotráfico por interesses econômicos, como meio de contornar as sanções americanas, e por afinidade ideológica às guerrilhas, em especial as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Farc, intimamente ligada à rota da droga.

O que tornou o Equador atrativo para a rota do tráfico, além da posição geográfica e da economia dolarizada, é a fragilidade do Estado. Com muito dinheiro nas mãos, os narcotraficantes corromperam promotores, juízes, policiais e carcereiros. É isso o que explica a fuga de Fito da cadeia, no domingo. Eles também entraram na política financiando campanhas eleitorais. Documentos encontrados em um acampamento das Farc já mostraram doações dos guerrilheiros colombianos à campanha do bolivariano Rafael Correa, em 2006. Atualmente, o ex-presidente vive exilado na Bélgica, para escapar de uma acusação de corrupção em seu país.

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