Em visita a Leão XIV, Zelensky reforça proposta por reunião de paz no Vaticano
Presidente ucraniano agradeceu apoio do pontífice às crianças ucranianas libertadas pela Rússia

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, visitou o papa Leão XIV em Roma nesta quarta, 9.
Em publicação no X, Zelensky valorizou o apoio do pontífice à Ucrânia e reforçou a proposta feita por Leão XIV, em maio, para o Vaticano sediar uma negociação de paz com autoridades russas.
"Sou grato pelo encontro e pela conversa muito substancial com o Papa Leão. Valorizamos todo o apoio e todas as orações pela paz na Ucrânia. A proposta de realizar reuniões de líderes no Vaticano permanece em aberto e inteiramente possível, com o objetivo de deter a agressão russa e alcançar uma paz estável, duradoura e genuína. Atualmente, apenas Moscou continua rejeitando essa proposta, tendo rejeitado todas as outras iniciativas de paz. Continuaremos a fortalecer a solidariedade global para que a diplomacia continue tendo sucesso", escreveu.
Zelensky também agradeceu o apoio do papa às crianças ucranianas que foram libertadas do "cativeiro russo" e que agora "têm a oportunidade" de se reabilitarem na Itália.
"Agradeci especialmente ao Papa por seu apoio às crianças ucranianas, em particular àquelas que retornaram do cativeiro russo. As crianças ucranianas agora têm a oportunidade de reabilitação e descanso na Itália, e tal hospitalidade e sinceridade são extremamente importantes. Hoje, também discutimos os esforços contínuos do Vaticano para ajudar a repatriar crianças ucranianas sequestradas pela Rússia. Conversei com Sua Santidade sobre o profundo respeito que a sociedade ucraniana tem por Andrey Sheptytsky — suas ações, incluindo o resgate de judeus durante a Segunda Guerra Mundial e sua defesa da fé cristã. Esperamos que a contribuição e os méritos do Metropolita Sheptytsky recebam o reconhecimento que merecem. Convidei o Papa para visitar a Ucrânia", acrescentou.
Aceno aos ucranianos
Leão XIV já havia recebido Zelensky, em 18 de maio, para uma audiência privada no Vaticano.
O encontro ocorreu após a missa de inauguração do pontificado, realizada na Praça de São Pedro.
Na cerimônia, o pontífice mencionou a “Ucrânia mártir” e destacou a expectativa por “negociações para uma paz justa e duradoura”.
O papa também reafirmou seu compromisso de usar todos os esforços para promover a paz e ofereceu o Vaticano como espaço para as conversações entre Ucrânia e Rússia.
"Calem-se as armas"
Leão XIV colocou a Santa Sé à disposição para mediar as guerras e para que “os inimigos se encontrem e se olhem nos olhos”.
“Farei todo o possível para que essa paz se difunda. A Santa Sé está à disposição para que os inimigos se encontrem e se olhem nos olhos, para que os povos redescubram uma esperança e seja devolvida a dignidade que merecem, a dignidade da paz. A Igreja não se cansará de repetir: ‘calem-se as armas‘”, afirmou, durante uma audiência com cerca de 5 mil pessoas na Sala Paulo VI, nesta quarta, 14.
E continuou:
“Os povos querem a paz, e eu, com o coração na mão, digo aos líderes das nações: encontremo-nos, dialoguemos, negociemos! A guerra nunca é inevitável, as armas podem e devem silenciar, pois não resolvem os problemas, mas os aumentam; porque entrará para a história quem semeará paz, não quem que criará vítimas; porque os outros não são, antes de tudo, inimigos, mas seres humanos: não vilões a serem odiados, mas pessoas com quem falar”, disse Prevost.
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