“É como voltar a períodos feudais”, diz autor sobre religião e tráfico no Rio
Bruno Paes Manso menciona Game of Thrones ao analisar a simbiose entre tráfico e religião no Rio de Janeiro. "Há um retrocesso, como se voltássemos a períodos feudais", compara o autor de A Fé e o Fuzil: Crime e Religião no Brasil do Século XXI (Todavia) ao falar ao Crusoé Entrevistas. "A partir de determinado...
Bruno Paes Manso menciona Game of Thrones ao analisar a simbiose entre tráfico e religião no Rio de Janeiro. "Há um retrocesso, como se voltássemos a períodos feudais", compara o autor de A Fé e o Fuzil: Crime e Religião no Brasil do Século XXI (Todavia) ao falar ao Crusoé Entrevistas.
"A partir de determinado momento, traficantes ligados ao Terceiro Comando Puro começam a usar o discurso religioso e símbolos religiosos para dar legitimidade aos seus líderes e para produzir obediência em seus territórios, como se eles fossem melhores ou representassem o bem", analisa Paes Manso.
Na entrevista, o pesquisador do Núcleo de Estudos da Violência (NEV) da Universidade de São Paulo (USP) lembra a ligação da máfia com a Igreja Católica na Itália e diz que a complexa relação entre o crime organizado e a religiosidade é fruto de um Estado fragilizado, incapaz de impedir a ação de grupos criminosos em partes do território.
"O catolicismo, o candomblé e as religiões de matrizes africanas sempre foram muito usadas, porque a vida do crime é muito arriscada. Santos, orixás, eram usados como espécie de protetor de corpo e como forma de desviar das balas, isso sempre fez parte", diz o escritor, ponderando que a relação entre crime e religião ganhou outra configuração com o pentecostalismo.
Assine Crusoé e assista à íntegra da entrevista.
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