Dodge recorre contra suspensão de investigações que usam dados bancários sem autorização judicial
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge (foto), recorreu nesta terça-feira, 23, contra a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que suspendeu as investigações que tenham dados bancários ou fiscais repassados ao Ministério Público por órgãos de controle sem prévia autorização judicial. No recurso, um embargo de declaração, Dodge afirma que há pontos...
A procuradora-geral da República, Raquel Dodge (foto), recorreu nesta terça-feira, 23, contra a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal, Dias Toffoli, que suspendeu as investigações que tenham dados bancários ou fiscais repassados ao Ministério Público por órgãos de controle sem prévia autorização judicial.
No recurso, um embargo de declaração, Dodge afirma que há pontos obscuros na decisão de Toffoli, que atendeu a um pedido da defesa do senador Flávio Bolsonaro para interromper uma investigação feita pelo Ministério Público do Rio de Janeiro.
Dodge apontou que os advogados de Flávio não questionaram a produção, pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, do relatório enviado ao Ministério Público do Rio de Janeiro sobre a movimentação financeira atípica do ex-assessor do senador na Assembleia Legislativa Fabrício Queiroz. O relatório foi a base para as apurações que levaram ao inquérito sobre Flávio e Queiroz.
De acordo com a procuradora-geral da República, a defesa do senador queixou-se da "ampliação das informações bancárias e fiscais para incluir um período de mais de dez anos, sem apontar indícios de movimentação atípica ou de crime”, o que seria uma forma de contornar a necessidade de decisão judicial para essas novas apurações.
Um outro ponto obscuro apontado pela procuradora é que a decisão se baseia em ações diretas de inconstitucionalidade que tratavam do repasse de dados bancários por instituições financeiras à Receita Federal e outros órgãos tributários sem autorização judicial. E não do compartilhamento de dados desses órgãos de controle ao Ministério Público. O embargo de Dodge também questiona o fato de a decisão alcançar todos os processos judiciais e extrajudiciais em andamento.
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Comentários (10)
Costa
2019-07-24 20:48:23Crusoé, independente de todo o mérito que a Sra. procuradora-geral possa ter, ela já percebeu que não será reconduzida ao cargo. De qualquer forma, louve-se sua iniciativa no sentido de impedir que um ministro de plantão, monocraticamente, complete sua missão de paralisar o combate à corrupção no país.
Jaime
2019-07-24 20:13:21Até que enfim a procuradora-geral acordou. Se não ia chegar setembro e não veríamos nenhuma participação da digníssima.
Luiz
2019-07-24 16:32:58O ministro, que foi reprovado em dois concursos para ingressar na magistratura de primeiro grau, está recebendo aula de direito da procuradora, Dra. Raquel Dodge.
José
2019-07-24 14:35:48Ora, o cara agiu em causa própria...isso é brincadeira
PAULO
2019-07-24 14:15:34Parabéns doutora RAQUEL DODGE pelo profissionalismo, competência e honestidade. E preciso mesmo dar aulas de DIREITO aos petistas incompetentes que tomaram de assalto nossas instituições. Portas dos fundos são sempre problemas pra nós; entra qualquer "zé mané". O crime organizado não vencerá! Entenderam ... CV, PCC, PT, PCdoB, PSOL, etc. ?
Sandro
2019-07-24 13:05:20Ela está fazendo graça para tentar ser reconduzida à PGR. Se fosse uma pessoa séria já tinha tocado o processo do Renan Calheiros que está na mesa dela faz tempo. Se livra dessa esquerdinha Bolsonaro....
Paulo
2019-07-24 12:59:09O time do STF, é pelo menos em parte de 5a categoria. O Brasil não merecia isso.
Antonio
2019-07-24 12:09:58Já sabemos. Foi puro oportumismo deste senhor.
luizantonio-rj
2019-07-24 10:15:12A vontade de ser reconduzida é maior do que o interesse de investigar crime de poderosos. Principalmente dos que podem ajudar a ficar no cargo. A República deveria ser respeitada. As mulheres de Toffoli e de Gilmar e o senador , que é filho do presidente, servem de pistolão.
Rosana
2019-07-24 09:21:03Está na cara, que, essa história de proteção a Flávio Bolsonaro, é desculpa esfarrapada. Tem interesse, mais "escusos" nesta história...