Homenagem a Janja entra na mira da Câmara
"Não há, até o momento, um legado cultural atribuído a Janja", disse o deputado federal Gustavo Gayer em pedido de informação

O deputado federal Gustavo Gayer (PL-GO) ingressou com um requerimento de informação destinado à ministra da Cultura, Margareth Menezes, para saber quais critérios foram adotados ao conceder para a primeira-dama Rosângela Silva, a Janja, com o grau Grã-Cruz da Ordem do Mérito Cultural (OMC), a mais alta condecoração pública do setor cultural no Brasil.
Janja esteve entre as 41 pessoas, entre artistas e produtores, que receberam a honraria. Além da primeira-dama, foram agraciados nomes como Fernanda Torres, Walter Salles, Marcelo Rubens Paiva, Alceu Valença, Alcione, Chitãozinho e Xororó, Ney Matogrosso, Chico César, Milton Nascimento e Martinho da Vila. Houve ainda homenagens póstumas a Beth Carvalho, Aldir Blanc, Marília Mendonça e Paulo Gustavo.
Segundo o Ministério da Cultura, a escolha dos condecorados “reflete a diversidade e riqueza cultural do Brasil, valorizando expressões artísticas de distintas regiões, trajetórias e linguagens”.
“A maior honraria concedida pelo Ministério da Cultura, entregue em cerimônia solene no Palácio Gustavo Capanema, no Rio de Janeiro, foi apresentada como reconhecimento a personalidades que contribuíram de forma significativa para a cultura brasileira. E é aí que mora o espanto: em que momento, exatamente, a primeira-dama se destacou de maneira tão expressiva a ponto de merecer tal distinção?”, disse o deputado federal no pedido de informação.
“Não há, até o momento, um legado cultural atribuído a Janja que justifique seu nome ao lado de grandes nomes da cultura nacional que receberam a Grã-Cruz em edições passadas — nomes como Ariano Suassuna, Fernanda Montenegro ou Oscar Niemeyer”, acrescentou ele, que ainda pontuou:
“O gesto levanta uma questão incômoda: a instrumentalização das instituições culturais para fins de autopromoção política. Não se trata de um ataque pessoal à figura da primeira-dama, mas de um apelo por coerência e responsabilidade no uso dos símbolos do Estado”.
Para conceder a honraria a Janja, o Ministério da Cultura descreveu a primeira-dama como uma “socióloga com atuação destacada em causas sociais, direitos das mulheres e combate à fome”.
Criada em 1995, a Ordem do Mérito Cultural estava suspensa desde 2019. Em teoria, a condecoração reconhece personalidades, instituições e entidades públicas ou privadas que tenham prestado contribuições relevantes à cultura brasileira. Neste ano, 112 pessoas e 14 instituições foram homenageadas.
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Comentários (2)
MARCOS
2025-05-23 18:17:18A "HONRARIA" DEVERIA SER ENTREGUE NUM SACO DE LIXO. É O QUE MERECEM OS "HONRADOS".
Marcia Elizabeth Brunetti
2025-05-23 16:28:52Janja tem combatido a fome sim! De toda a comitiva que viaja junto com ela. Todos comem e bem muito bem, nos mais diversos cantos do mundo, espraiando cultura e melhorando a qualidade de vida dos vendedores de quinquilharias em pontos turísticos.