Deputado quer esclarecimentos sobre parceria do IBGE com a China
Para o Luiz Philippe de Orleans e Bragança, o momento é especialmente sensível, dada a crise institucional no IBGE

O deputado federal Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP) protocolou Requerimento de Informação ao Ministério do Planejamento e Orçamento cobrando explicações sobre a parceria de cooperação entre o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e o Escritório Nacional de Estatísticas da China (NBS).
“A cooperação com o regime chinês levanta sérias preocupações. O IBGE tem a responsabilidade de produzir estatísticas confiáveis e isentas, e não de se alinhar a modelos que utilizam dados como ferramenta política”, afirmou Luiz Philippe.
Para o parlamentar, o momento é especialmente sensível, dada a crise institucional no IBGE, marcada por pedidos de exoneração de técnicos e denúncias de aparelhamento do órgão.
“Importar práticas de um país que censura informações econômicas e sociais é colocar em risco a integridade da produção estatística brasileira”, completou.
A solicitação busca esclarecer os termos do acordo firmado entre os dois órgãos, bem como seus impactos na credibilidade e independência do IBGE. O parlamentar pede o envio do memorando de entendimento assinado em 2024, dos eventuais novos acordos de 2025 e da agenda conjunta entre IBGE e NBS.
O deputado também questiona se o Ministério foi consultado sobre a parceria, se há previsão de repasse de dados sensíveis a instituições estrangeiras, e quais critérios foram utilizados para validar a aproximação com uma instituição que, segundo ele, sofre críticas internacionais por falta de transparência e manipulação de dados.
“A população precisa saber se seus dados estão sendo usados para promover ciência ou narrativa. O IBGE deve servir ao Brasil não a interesses ideológicos ou estrangeiros”, argumenta Luiz Philippe no pedido.
Essa, no entanto, não é a primeira. Nem será a última confusão envolvendo a atual gestão do IBGE.
Técnicos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística se dizem consternados com o mapa-múndi invertido publicado nas redes sociais pelo presidente da instituição, o petista Marcio Pochmann, no início de maio
O mapa foi feito basicamente por Pochmann e por um assessor (José Daniel Castro da Silva, coordenador-geral do Centro de Documentaçaõ e Disseminação e Informações) e não passou pelo crivo da Diretoria de Geociências.
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O mais grave, segundo apontam os técnicos, é que não cabe ao IBGE fazer esse tipo de mapa, uma vez que serve apenas para a propaganda política e para causar nas redes — nada mais.
"O clima geral é de consternação, porque mesmo quem aprecia esse tipo de provocação sabe que não cabe ao IBGE fazê-la", diz um funcionário.
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