De ex-diretores da Petrobras a doleiros e até Palocci: quem também se calou perante a CPI
Assim como doleiros, empresários enrolados na Lava Jato e até um ex-ministro que acabou na cadeia, Eduardo Pazuello (foto) entrou para o rol de depoentes autorizados pelo Supremo Tribunal Federal a permanecer em silêncio diante das perguntas de parlamentares numa CPI. Em 2019, o ex-ministro Antonio Palocci conseguiu um habeas corpus do ministro Edson Fachin...
Assim como doleiros, empresários enrolados na Lava Jato e até um ex-ministro que acabou na cadeia, Eduardo Pazuello (foto) entrou para o rol de depoentes autorizados pelo Supremo Tribunal Federal a permanecer em silêncio diante das perguntas de parlamentares numa CPI.
Em 2019, o ex-ministro Antonio Palocci conseguiu um habeas corpus do ministro Edson Fachin para ficar calado na CPI do BNDES. À época, já era delator e tinha receio de ferir os termos de seu acordo com a Polícia Federal. Após um acerto com a Procuradoria-Geral da República, acabou falando somente sobre o pagamento de propinas ao PT em razão de negócios em Angola, em um depoimento a portas fechadas. Na mesma CPI, o pecuarista José Carlos Bumlai também recebeu aval para ficar calado e, então, silenciou.
Durante a CPI da Petrobras, diversos investigados recorreram ao STF pelo direito de ficarem de boca fechada. O doleiro Alberto Youssef conseguiu, em 2015, uma decisão favorável a ele do ministro Teori Zavascki e evitou diversas perguntas dos senadores. À época, o então deputado Carlos Marum, do MDB, disse que o STF "violou as prerrogativas da CPI". Mais tarde, Marum se notabilizaria como um ferrenho defensor de Eduardo Cunha no processo que levou à sua cassação por mentir sobre suas contas no exterior à CPI da Petrobras.
O ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, que acabou condenado e preso na Lava Jato, também chegou a conseguir um habeas corpus para ficar em silêncio na CPI que investigou crimes na estatal. Na ocasião, em 2015, o então deputado federal Onyx Lorenzoni, do DEM, disse, em suas redes sociais: "Cerveró ouviu de mim que em CPI quem se vale do direito 'de ficar calado tem coisa a esconder , só bandido usa disso". Hoje ministro do governo Bolsonaro, Lorenzoni viu esta declaração ser "ressuscitada" por internautas nas redes sociais.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (5)
Roberto
2021-05-15 13:06:37A decisão do Leva não foi boa para eles. Se o Pazuelo se calar deixa claro que tem culpa, se falar vai se enrolar. Certamente a toda pergunta vai ter uma conferência com o advogado antes de responder.
Jose
2021-05-15 07:56:35O que une todos estes mudos por conveniência? Nem preciso explicar, né? O leitor da Crusoé é bastante inteligente para encontrar a resposta!
Maria
2021-05-15 06:44:00Quem cala consente
Márcia
2021-05-14 20:44:56Os proxenetas das instituições brasileiras! E o povo ohhhh, que se dane!
Aguia
2021-05-14 20:25:06Se ficar calado vai deshonrar a farda.