Crusoé nº 373: Contra a ameaça nuclear
Ofensiva americana atingiu em cheio instalações nucleares no Irã, mas a guerra de narrativas não acabou. E mais: articulação de Gleisi Hoffmann e Congresso desconectado da realidade

A fumaça ainda pairava sobre as montanhas de Natanz quando o presidente americano Donald Trump falou no Salão Leste da Casa Branca. “Eliminamos a infraestrutura nuclear do Irã. Não é retórica, é fato, a bomba xiita não existe mais”, declarou, enquanto imagens de crateras com trinta metros de profundidade começavam a circular.
A imprensa americana classificou a ação como “a maior operação de penetração de bunkers desde Bagdá em 2003”, descrevendo a surpreendente manobra de sete aviões B-2 que lançaram catorze GBU-57 de treze toneladas, seguidos por sessenta Tomahawks e escolta de F-35s.
Horas antes, drones israelenses haviam marcado as antenas de comunicação em Isfahan, aplicando novamente a Doutrina Begin, o princípio israelense de atacar legitimamente o inimigo antes que possam causar danos irreparáveis.
A tensão, porém, não veio dos aiatolás. Chegou primeiro de Washington e Nova Iorque, com a ala mais extremista da oposição democrata, diz Alexandre Borges em “Contra a ameaça nuclear”, a reportagem de capa da edição desta semana de Crusoé.
Outros destaques de Crusoé
Em “E agora, Gleisi”, Wilson Lima mostra como as derrotas em série do governo federal expõem ainda mais a frágil articulação política do Palácio do Planalto mesmo com troca de ministro.
Quando Gleisi Hoffmann assumiu o lugar de Alexandre Padilha no Ministério das Relações Institucionais, os parlamentares do Centrão alimentavam alguma esperança de que houvesse, no mínimo, uma mudança de rota. O começo não foi dos piores, mas o tempo passou e os problemas ficaram.
Também nesta edição, Guilherme Resck conta em “Desconectados da realidade” como o Congresso aprovou aumento do número de deputados, apesar da forte rejeição popular e da cobrança por corte de gastos.
Pelo texto, que segue agora para a sanção presidencial, as 18 vagas serão criadas a partir das eleições de 2026. O presidente Lula (PT) não vai vetar, tendo em vista que a relação do governo com o Congresso está num momento muito ruim.
Colunistas
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Nesta edição, escrevem Leonardo Barreto (Lula contra Lula), Dennys Xavier (Um Supremo de ‘butiquim’), Roberto Reis (Não é a direita que vai ganhar a eleição de 2026), Orlando Tosetto Júnior (Marcão Civil da Internet), Jerônimo Teixeira (Quatro instantâneos da inteligência artificial), Gustavo Nogy (Como esconder uma piada), Josias Teófilo (Viajar é isso tudo mesmo?) e Rodolfo Borges (Os meias abertos da América Latina).
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