Crusoé 342: Cerco a Bolsonaro
Da responsabilização moral e política à eventual condenação do ex-presidente
A entrega, pela Polícia Federal, do relatório que pede o indiciamento de Jair Bolsonaro e de mais 36 pessoas implica o ex-presidente em uma articulação golpista que, por óbvio, deu errado, mas que deixou rastros de condutas graves.
Para juntar Bolsonaro e os aloprados do Palácio do Planalto em uma mesma trama, integrantes da PF indiciaram todos os 37 personagens pelos mesmos crimes: golpe de Estado, abolição violenta do Estado Democrático de Direito e organização criminosa.
Nesses pedidos de indiciamentos, supervisionados com lupa pelo diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, os policiais tentaram ao máximo evitar erros cometidos no passado pela corporação em outras investigações consideradas sensíveis, como a que culminou no mensalão.
Uma crítica costumeira daquela apuração dizia respeito à blindagem do então presidente Lula. Quando o caso chegou ao STF, toda a arquitetura intelectual do esquema de corrupção foi atribuída ao ex-ministro-chefe da Casa Civil José Dirceu. Dirceu foi condenado a 7 anos e 11 meses de prisão como o "pai do mensalão". Mas uma pergunta sempre ficava no ar: Dirceu agiu sem o aval de Lula?
Desta vez, não. O procurador-geral da República, Paulo Gonet, ao unir todos os pedidos de indiciamento de Jair Bolsonaro (fraude nos cartões de vacinação, venda de joias e tentativa de golpe de Estado) e de seu núcleo mais próximo de ex-auxiliares, busca evitar esses questionamentos, diz a reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Wilson Lima.
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