Crusoé 320: O aborto da razão
A reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Carlos Graieb e Wilson Lima, destaca o aborto da razão na discussão sobre a urgência aprovada para o projeto de lei que proíbe a interrupção da gravidez após a vigésima segunda semana de gestação. A manobra fracassou quando ficou evidente que, se o texto fosse...
A reportagem de capa da nova edição de Crusoé, assinada por Carlos Graieb e Wilson Lima, destaca o aborto da razão na discussão sobre a urgência aprovada para o projeto de lei que proíbe a interrupção da gravidez após a vigésima segunda semana de gestação. A manobra fracassou quando ficou evidente que, se o texto fosse aprovado, abortos em casos de gravidez decorrente de estupro, hoje isentos de punição no Brasil, poderiam resultar em penas mais rigorosas para as mulheres do que para estupradores.
Enquanto o presidente da Câmara, Arthur Lira, prometeu criar uma “comissão representativa” para discutir o tema com vagar, a Frente Parlamentar Evangélica e o autor do projeto, deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), disseram que continuarão lutando pela mudança da legislação sobre o aborto em 2024, mesmo sendo este um ano de eleições.
O episódio do PL 1.904 mostrou a mistura entre política e religião sob a pior luz possível. Extraordinariamente mal escrito, o projeto não se deu ao trabalho de mapear suas consequências. Ou talvez tenha se dado, e nesse caso não se importou com a situação cruel que poderia acarretar para mulheres e meninas. Arrogantes, seus patronos julgaram representar uma maioria esmagadora, que festejaria a sua ousadia. Tiveram de retroceder, e provavelmente prejudicaram a imagem da causa “pró-vida” que dizem defender.
Em meio à discussão sobre o aborto, a matéria "O cristianismo não é contra as mulheres", assinada por Alexandre Borges, diz que a ideia de que o cristianismo é contra as mulheres é um argumento comum, mas falso e estúpido.
A reportagem "O estranho acordo de R$ 600 milhões do Banco do Brasil", assinada por Wilson Lima, mostra que, após mais de 30 anos de briga judicial, o banco gerido por Tarciana Medeiros resolveu uma questão com o Grupo Caiman, do empresário maranhense Antônio Celso Izar, que teve entre os sócios o emedebista Edison Lobão, ministro de Lula em seu segundo mandato, em apenas 74 dias.
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