A Conselho do MP, Deltan nega ofensas e lembra que STF criticou Lava Jato
Coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol (foto) afirmou, em depoimento ao Conselho Nacional do Ministério Público na semana passada, que não atacou integrantes do Supremo Tribunal Federal ao dizer que algumas decisões da corte "mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção". E ressaltou que ministros...
Coordenador da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba, o procurador Deltan Dallagnol (foto) afirmou, em depoimento ao Conselho Nacional do Ministério Público na semana passada, que não atacou integrantes do Supremo Tribunal Federal ao dizer que algumas decisões da corte "mandam uma mensagem muito forte de leniência a favor da corrupção". E ressaltou que ministros do STF fizeram críticas à operação.
"Nós, na Lava Jato, sofremos críticas diárias ao longo de cinco anos, de advogados, de réus, dos próprios ministros do Supremo, em diversas ocasiões", lembrou o procurador. "Sofremos críticas, críticas muito mais ácidas, críticas até mesmo que chegam a ataques pessoais, mas nós nunca atacamos ninguém", ressalvou.
O depoimento foi prestado no dia 9 de agosto, por videoconferência, no processo que apura se o procurador cometeu alguma irregularidade em uma entrevista à rádio CBN , na qual criticou a decisão da Segunda Turma do STF de transferir termos da colaboração premiada da Odebrecht da Justiça Federal no Paraná para a Justiça Eleitoral no Distrito Federal.
"Meu objetivo foi responder e traduzir para sociedade o significado social daquela decisão, na minha perspectiva", afirmou Dallagnol. Para ele, a declaração deve ser entendida no contexto das mais de 200 entrevistas e outras 100 manifestações públicas que deu ao longo da Lava Jato e fazem parte de seu direito à liberdade de expressão. "O direito à liberdade de expressão não existe para proteger elogios. Esse direito existe para proteger críticas, mesmo críticas ácidas", disse.
O coordenador da Lava Jato lembrou que estava se dirigindo para um público leigo, após defender que críticas a decisões do Supremo não devem estar restritas ao ambiente acadêmico. "Discordo da perspectiva de que o exercício do direito à crítica sobre decisões judiciais erode as instituições. Acredito que o exercício do direito a crítica constrói as instituições”, acrescentou.
Segundo o procurador da República, seria "forçar a barrar" a leitura de que a declaração foi um ataque pessoal. "Jamais tive intenção de ofender, jamais tive intenção de quebrar decoro. Em uma análise objetiva do que eu falei, foram palavras que não fogem do padrão de civilidade", defendeu.
Deltan recordou que, na mesma entrevista, logo depois da declaração que motivou o processo no conselho, fez questão de ressalvar que não acusava nenhum ministro do STF de má-fé, para reforçar que não houve ataques pessoais. "Se a gente desse esse intuito de ofender instituições, ofender pessoas, em mais de 300 manifestações, isso ia emergir", argumentou. "Pelo contrário, a gente sempre manifestou respeito, cuidado", alegou.
"Agora, é claro, a gente teve uma postura aguerrida, é disso que são feito os ossos do membro do Ministério Público", reconheceu o procurador no depoimento. "É uma postura aguerrida, combativa, de defesa do interesse público intransigente, e da sua visão de interesse público institucional".
O processo a que Deltan responde estava na pauta do CNMP desta terça-feira, 27. Mas, na noite de domingo, 25, a Justiça Federal no Paraná determinou a suspensão do julgamento. Pela decisão liminar, ele só poderá ser marcado depois que o Conselho der o prazo de dez dias para a defesa de Dallagnol apresentar suas alegações finais.
Os comentários não representam a opinião do site; a responsabilidade pelo conteúdo postado é do autor da mensagem.
Comentários (10)
Maria
2019-08-28 00:35:11Gostaria de saber se o ministros dos superiores tribunais estão sujeitos a algum conselho que os questione sobre suas arbitrariedades e declarações absurdas e profundamente desrespeitosas ??
Sérgio
2019-08-27 21:36:22Deltan Dallagnol merece respeito e admiração, posto que suas atitudes sempre representam, polidamente, os interesses da nação. Isto causa espanto, evidentemente, pela quase singularidade de profundo patriotismo. Outros exemplos há, e tanto meritórios de nosso respeito quanto os de Dallagnol. Se justiça se faz, seu trabalho hercúleo será reconhecido e a Pátria honrada o aplaudirá. Única forma do caos não prevalecer .
Alziro
2019-08-27 18:27:08Se não é melindre ou inveja, é absoluta opção pela vontade de prejudicar a lava jato..
DINIZ
2019-08-27 15:12:47O Povo sabe muito bem quem quer JUSTIÇA e quem quer defender esses Bandidos, somos todos Moro e Lava Jato, vamos passar o País a limpo.
Lucila
2019-08-27 14:42:25Dallagnol pessoa ilibada competente amoroso paciente... homem de virtudes.... por isso detestado pelos pulhas.
Sonia
2019-08-27 13:29:46GDE parte do país pensa o mesmo sobre os garantistas do STF .SAO VERDADEIROS LACTO PURGAS
Geraldo Filho
2019-08-27 09:37:25Deltan Dallagnol, este homem daqui há decadas estará sendo tema de estudos nas escolas de todo Brasil como um dos Heróis desse Povo. Deltan, esse Homem será nome de cidades, avenidaas, alamedas,ruas, praças, universidades, colégios. Deus, estará ao lado dele e não serão os corruptos capazes de minunuir sua grandeza de espírito e sua coragem. Eu me orgulho de Deltan! Mexam com ele e mexerão comigo!!!
Quiet
2019-08-27 09:18:14Quem disse palavras inapropriadas e de baixo calão foram alguns do Supremo.. estão querendo inverter agora?
Álvaro Pedro Batista
2019-08-27 08:35:51Ministro indicado por Renan Calheiros vai julgar Deltan. Pode um absurdo deste???
Deborah
2019-08-27 07:47:27O St ministro Gilmar Mendes disse em plenário ( eu ouvi) que o Sr Dallagnol não aprendeu nada em Harvard que era um cretino agia com cretinice. À época fiquei chocadissima ao ouvi-lo. Aliás esse Sr Gilmar não é dado a boa educação Quase sempre grosseiro.