Coronel diz que conheceu representantes da Davati após intermediar reunião
Coronel da reserva do Exército e presidente do Instituto Força Brasil, Hélcio Bruno de Almeida afirmou nesta terça-feira, 10, que conheceu representantes comerciais da Davati Medical Supply somente após intermediar uma reunião entre a empresa e o Ministério da Saúde em março deste ano. O militar está na mira da CPI da Covid por ter aberto...
Coronel da reserva do Exército e presidente do Instituto Força Brasil, Hélcio Bruno de Almeida afirmou nesta terça-feira, 10, que conheceu representantes comerciais da Davati Medical Supply somente após intermediar uma reunião entre a empresa e o Ministério da Saúde em março deste ano.
O militar está na mira da CPI da Covid por ter aberto as portas da pasta para Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominguetti, que buscavam vender 400 milhões de doses inexistentes da vacina contra a Covid-19 desenvolvida pelo laboratório AstraZeneca.
Em depoimento à comissão, Hélcio Bruno alegou que o Instituto acionou o ministério formalmente em 3 de março para "discutir uma maior regularização sobre a forma com que seria operacionalizada a participação do setor privado na vacinação" contra o novo coronavírus. O militar contou que a pasta acatou o pedido e, na sequência, agendou uma reunião entre a entidade e o então secretário executivo Elcio Franco para 12 de março.
De acordo com o coronel, neste espaço de tempo, o fundador da Secretaria Nacional de Assuntos Humanitários, reverendo Amilton Gomes de Paula, o procurou para tratar da proposta da Davati. "No encontro, o reverendo Amilton informou que uma empresa de nome Davati pretendia oferecer uma grande oferta de vacinas ao Ministério da Saúde, mas que precisava esclarecer ao ministério a forma com que poderiam disponibilizá-las, pois, embora não fossem representantes diretos do laboratório produtor, teriam alocação de doses".
Hélcio Bruno disse que, até então, não conhecia o religioso e assegurou que partiu de Amilton a proposta pela apresentação dos representantes comerciais ao alto escalão da Saúde. "Imbuído de boa fé e acreditando na seriedade da Davati, a partir do pedido da Senah, aceitou-se compartilhar a agenda do IFB no Ministério da Saúde com a referida empresa. E foi somente nesta ocasião em que vim a conhecer os senhores Cristiano Carvalho e Luiz Paulo Dominguetti", disse.
O militar alegou que, antes de tomar a decisão, avaliou três aspectos. Em primeiro lugar, pontuou, o IFB entendeu que, caso o negócio fosse adiante, o país receberia doses de vacinas suficientes para imunizar os grupos prioritários e, assim, a inoculação na esfera privada ganharia celeridade. Além disso, de acordo com Hélcio Bruno, o Instituto fez uma "breve pesquisa" sobre o trabalho da Davati Medical Supply e considerou que o ministério adota procedimentos "extremamente rigorosos" para a compra de qualquer insumo médico.
Depois dos esclarecimentos iniciais, o militar alegou que fará uso do direito ao silêncio -- o Supremo Tribunal Federal permitiu que ele fique calado quando questionado sobre temas que possam levá-lo à autoincriminação.
"Assim, antecipo que me reservaria a silêncio quanto a perguntas relacionadas à empresa Davati e seus representantes, ao Ministério da Saúde e seus servidores, ao Senah e seus membros, ao IFB e seus membros, a fake news e matérias jornalísticas e terceiros, e perguntas sobre a minha quebra de sigilo".
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Comentários (3)
NeutronLento
2021-08-10 14:49:53O Exército Brasileiro, sob o ten. Bolsonar, se trasformou numa mera confraria de ex alunos da AMAN.
MARCOS
2021-08-10 13:29:27QUEM SE ESCONDE ESTÁDEVENDO.
Roberto
2021-08-10 12:36:43Ele sabe por que cala e assim vilipendia o túmulo de Antônio João