Contra medidas liberais, Centrão quer limitar poderes de Guedes
Expoentes do Centrão não escondem mais a insatisfação com a equipe de comércio exterior do Ministério da Economia, repleta de liberais que seguem a cartilha de Paulo Guedes. Medidas recentes da pasta desagradaram parlamentares como o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, do PL, e Marcos Pereira, presidente do Republicanos. A decisão de reduzir a alíquota...
Expoentes do Centrão não escondem mais a insatisfação com a equipe de comércio exterior do Ministério da Economia, repleta de liberais que seguem a cartilha de Paulo Guedes. Medidas recentes da pasta desagradaram parlamentares como o vice-presidente da Câmara, Marcelo Ramos, do PL, e Marcos Pereira, presidente do Republicanos.
A decisão de reduzir a alíquota de importação de bicicletas de 35% para 20% irritou a bancada do Amazonas, que pediu explicações sobre a medida em uma reunião no gabinete de Guedes na noite de terça-feira, 23. Os parlamentares acreditam que a redução prejudica empresários da Zona Franca de Manaus.
A resposta veio a galope: o amazonense Marcelo Ramos protocolou um projeto de lei que limita os poderes da Câmara de Comércio Exterior, a Camex, órgão que decide sobre as tarifas e regras aplicadas nas importações e exportações. A proposta tem adesão de parte da base aliada do governo.
Entre outras medidas, o texto força o governo a "considerar obrigatoriamente circunstâncias e distorções nas economias externas que causem ou tenham o potencial de trazer impactos negativos à economia e à indústria nacional".
Para além disso, integrantes do Centrão ligados ao setor industrial estão preocupados com o avanço das negociações para a redução da tarifa externa comum do Mercosul. Integrantes do Ministério da Economia dizem que o governo recebeu uma sinalização positiva da Argentina de Alberto Fernández com relação à proposta.
Também no âmbito do mercado comum sul-americano, Marcos Pereira pediu para Paulo Guedes explicar a iniciativa brasileira de negociar acordos de livre-comércio com Indonésia e Vietnã, países que têm mão-de-obra mais barata e que, na visão dele, prejudicarão a indústria nacional. "São países alvos de críticas por possuírem baixos padrões trabalhistas. Possuem (sic) jornadas de trabalho excessivas, salário mínimo até 8 vezes inferior ao do Brasil e pouca adesão aos tratados internacionais da OIT. Esse diferencial trabalhista gera danos à concorrência justa", diz.
O principal alvo político de Marcos Pereira é o secretário especial de Produtividade, Emprego e Competitividade, Carlos da Costa, um dos homens de confiança do ministro da Economia. O desmembramento da secretaria especial para recriação do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior é uma velha ambição do Republicanos. Pereira foi ministro da pasta no governo de Michel Temer.
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Comentários (10)
Luiz
2021-03-01 09:43:17É só o atraso sendo perpetuado, se muda algumas coisas , são sempre pra pior , Manaus é a única cidade do mundo onde não se fábrica nada ,tudo é fabricado no sul e sudeste e levado em uma viagem de 3000 km de rodovias consumindo milhões de toneladas de combustível poluente, e 5 dias de balsa , aí é apenas montado lá para não pagar os impostos isentos pela zona franca e depois feito todo o trajeto de volta para consumirmos aqui , além do prejuízo de bilhões tem o impacto ambiental incalculável.
Alberto Mendes
2021-03-01 09:38:43Bolsonaro+Centrão=tragédia!!! Aquele que seria o "Super Ministro da Economia" passou a ser um "bobo da corte". Paulo Guedes vai ter que engolir muitos sapos ainda!!!!
Vera
2021-03-01 07:46:42Centrão : freio do nosso desenvolvimento ! Centrão que não larga a chupeta e a fralda ! Babacas !
Manuel
2021-03-01 07:19:18Imposto menor.... O produto fica mais barato.... Vende mais... Lucro aumenta... Não entendi a reação.
Odete6
2021-03-01 07:16:37PEEEEERRRRFFFEEEIIIITO!!!! 》》》》》》》 https://www.em.com.br/app/colunistas/ricardo-kertzman/2021/03/01/interna_ricardo_kertzman,1241871/bolsolula-metade-do-brasil-se-mata-por-eles.shtml?utm_source=onesignal&utm_medium=push
Stefano
2021-03-01 07:14:19Tem que avisar pro centrão se acalmar. Guedes nunca mandou nada, assim como muitos outros que se dizem ministros. #wakeupdeadman
José
2021-03-01 00:55:55País do atraso ... Aumentam as alíquotas para proteger a ineficiência e falta de produtividade. Custo Brasil , e o cidadão tem de bancar essa ineficiência toda e um Estádio milionário, seus deputados e senadores ... aonde estavam esses políticos para arranjar mais vagas nos hospitais e oxigênio?
Maria
2021-03-01 00:53:30O Pr e Guedes vivem falando em sobre economia no isolamento durante a pandemia, mas na surdina querem acabar com aa poucas empresas que geram empregos no Amazonas. Sinceramente não dá pra entender essa política. Beneficiam o agronegócio com o dolar nas alturas, fazem demagogia em relação a petrobras e agora querem prejudicar o poli industrial de Manaus. Bela política econômica. Preferem continuar pagando bolsa família eternamente?
José
2021-03-01 00:49:08Retrocesso a caminho... acabar com essa Zona França, uma vergonha que dura décadas .... Que tenhamos uma em todos Estados da União ...
Fabio
2021-02-28 22:47:13Já temos um processo de desindustrialização grande. Países desenvolvidos costumam defender com unhas e dentes suas empresas, inclusive com pesados subsídios. Só no Brasil ficamos que nem bobão defendendo cegamente mantras