Por imigração, Congresso dos EUA ignora novo pacote de ajuda à Ucrânia
Parlamentares do partido Republicano no Congresso dos Estados Unidos indicaram, nesta segunda-feira, 5, que devem rejeitar mais uma proposta de Orçamento ao país. O texto, apresentado no dia anterior, garantia 118 bilhões de dólares (588 bilhões de reais) para uma série de questões, incluindo o apoio financeiro de 60 bilhões de dólares (299 bilhões de...
Parlamentares do partido Republicano no Congresso dos Estados Unidos indicaram, nesta segunda-feira, 5, que devem rejeitar mais uma proposta de Orçamento ao país. O texto, apresentado no dia anterior, garantia 118 bilhões de dólares (588 bilhões de reais) para uma série de questões, incluindo o apoio financeiro de 60 bilhões de dólares (299 bilhões de reais) à Ucrânia.
O motivo seria a política de imigração do governo Biden - e o confronto direto que ele terá com Donald Trump nas eleições presidenciais de novembro.
Alguns nomes do partido, como o líder da oposição no Senado, Mitch McConnell (Kentucky), até defenderam que a proposta encaminhada pela Casa Branca deveria ser votada, uma vez que daria um sinal de apoio a um aliado estratégico dos EUA na luta contra a Rússia, como ele há meses propõe. Além do sinal positivo a Kiev, o texto também prevê um pacote de 14 bilhões de dólares (69 bilhões de reais) a Israel.
No ponto onde a Casa Branca mais cedeu, foram destinados 20 bilhões de dólares (99,7 bilhões de reais) a política de fronteiras. A verba serviria para a contratação de oficiais, financiar deportações e combate ao tráfico de drogas, em uma das mais restritivas leis de fronteira desse século no país.
A maior parte dos parlamentares republicanos, no entanto, está ligada a campanha de reeleição de Donald Trump e, por isso, rejeita qualquer tipo de negociação com o governo de Joe Biden. O presidente da Câmara, o republicano Mike Johnson (Louisiana) disse que a proposta é "pior que o esperado" e chega "natimorta" e não tem chances de ser aprovada na casa.
Para esta ala mais linha-dura do partido, é importante que o governo de Joe Biden continue sangrando em praça pública sobre imigração - o segundo tema mais importante nas eleições presidenciais deste ano para o eleitor médio americano, atrás apenas da economia.
Os parlamentares ligados a Trump iniciaram o ano com o argumento de que apenas votariam um novo pacote de ajuda a Ucrânia caso o pacote de medidas apresentasse regras mais duras contra a imigração por parte de Joe Biden. Agora, os republicanos indicam que, mesmo com o aceno do Executivo, ainda sim não haverá muito espaço para diálogo.
Um dos únicos acenos que os republicanos deram é para Israel - já que eles pretendem votar um pacote de ajuda específico para o país. Assim, quem ameaça contra-atacar é o próprio Biden, que poderá vetar o texto.
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