Pedro Ladeira/Folhapress

Congresso aumenta o preço diante de Bolsonaro

12.12.18 19:14

No Senado e na Câmara, seja da base, da oposição, independente, simpático ou antipático a Jair Bolsonaro, a avaliação dos parlamentares é uma só: o preço do Congresso aumentou diante do novo governo.

O motivo é o relatório do Conselho de Controle de Atividades Financeiras, o Coaf, que levantou movimentações suspeitas na conta de Fabrício José Carlos de Queiroz, ex-motorista do deputado estadual pelo Rio e senador eleito Flávio Bolsonaro.

O documento apontou que Fabrício fez transações de 1,2 milhão de reais em sua conta bancária, que era abastecida com depósitos de outros servidores. A maior parte dos depósitos era feita perto do dia de pagamento dos funcionários da Assembleia Legislativa. O relatório também mostrou um cheque de Fabrício no valor de 24 mil reais para Michelle Bolsonaro, futura primeira-dama.

Dois sinais do aumento do preço do Congresso foram dados nos últimos dois dias. Nesta quarta-feira, 12, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (foto), não foi à reunião da bancada do DEM com Jair Bolsonaro.

Na terça-feira, 11, chamou a atenção a desenvoltura com que o senador Renan Calheiros tratou do assunto em sua conta do Twitter. Ele lembrou que Flávio não pode ser investigado pelo Conselho de Ética do Senado por tratar-se de fato anterior ao mandato e disse que “jamais” entregaria o conselho ao PT. Mas sugeriu um conflito do presidente eleito com seu vice, o general Hamilton Mourão.

Tanto Maia quanto Renan estavam acuados diante da movimentação do novo governo na sucessão na Mesa Diretora das duas Casas do Congresso, para as quais são candidatos a presidente na eleição em fevereiro. Não é possível dizer ainda que se fortaleceram diante do constrangimento imposto ao clã Bolsonaro com o episódio (ainda sem uma explicação plausível). Mas no mínimo perderam o medo de testar as possibilidades de ir para o confronto.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO