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Como a China responderá aos protestos em Hong Kong

03.07.19 11:45

Manifestantes a favor da democracia em Hong Kong realizaram vários protestos nas ruas contra uma lei de extradição apoiada pelo Partido Comunista em Pequim. Na segunda-feira, 1, eles entraram no Parlamento local e vandalizaram símbolos nacionais. Levaram com eles até mesmo a bandeira de Hong Kong, quando a cidade ainda era colônia britânica (foto).

“Pequim certamente irá reagir”, diz o professor Willy Lam, do Centro de Estudos Chineses da Universidade de Hong Kong. “Este é um dos desafios mais sérios enfrentados pelo presidente Xi Jinping desde que ele assumiu o cargo, em 2012. Mas ele não usará a guarnição do Exército Popular de Libertação, que tem cerca de 5 mil soldados e está estacionado em Hong Kong, pois isso afetaria a reputação da China em todo o mundo.”

Segundo Lam, o Partido Comunista Chinês se infiltrou no governo e na polícia de Hong Kong. Também colocou pelo menos 1 mil agentes da segurança de estado na cidade. “Depois que os protestos se acalmarem, a polícia vai começar a prender os organizadores”, diz Lam, que é um especialista no Partido Comunista Chinês.

A disputa entre os democratas e o Partido Comunista deverá continuar até o ano que vem. “Como a economia de Hong Kong tornou-se muito dependente da chinesa e Xi Jinping administra o aparato policial mais amplo do mundo, Pequim tem muitos trunfos na manga”, diz o professor.

O risco de as manifestações se espalharem para outras cidades chinesas é nulo. O controle dos meios de comunicação impede que os habitantes da China continental recebam notícias sobre os protestos. Além disso, a maioria dos dissidentes tem estado sob vigilância policial 24 horas por dia.

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  1. Inclusive, parte da autonomia de Hong Kong deveria estar vinculada à total e completa impossibilidade de independência ou qq conversa neste sentido. Não se ganha nada nesta vida sem se abrir mão de algo, os honguecongues ainda terão mais do que o restante da grande China, a escolha não parece tão difícil, já que perder a autonomia parece trazer muito mais custos do que os bônus de se obter a independência.

  2. O que os manifestantes honguecongues fizeram na assembleia legislativa não é tolerável nem mesmo em uma democracia, o mundo não poderá falar nada se eles forem punidos, muito menos a sociedade honguecongue. É possível ao mesmo tempo se passar uma imagem de flexibilidade, mas transmitir que há limites e eles devem ser respeitados. Fora isto, a única coisa a mais que Beijing deveria estabelecer e colocar como pétreo na Constituição de Hong Kong é que não existe a possibilidade de independência.

  3. Mesmo que a China não obtenha simpatia ao punir os radicais e extremistas, provavelmente não encontrará a mesma resistência que o projeto de extradição encontrou. Afinal, se os honguecongues saíram às ruas para lutar pela democracia, então não poderão reclamar quando as próprias leis que instituíram forem utilizadas para punir aqueles que as violaram. Os manifestantes radicais abriram a porta para que fossem punidos conforme as leis da democracia que teoricamente dizem defender.

  4. Controlar um contigente de 1.4 bilhão de pessoas não é tarefa fácil e ainda deixar que uma ilha com menos de 1% disto crie problemas parece não ser razoável. Mas Hong Kong pode ser só o retrato do que aguarda a grande China amanhã, é necessário separar aqueles que querem semear a desordem e o caos dos que só querem preservar os benefícios do qual desfrutam no momento, o ser humano sempre irá resistir a abrir mão daquilo que ele preza, sobretudo a liberdade.

  5. É desta forma que o império da lei pode se impor e o cidadão médio se sentirá compelido à segui-la e obedecê-la. Não é pq a China é uma autocracia que ela não pode desenvolver e utilizar seu Soft Power, nem sempre o dissenso é ruim, pq ele pode levantar questões que realmente precisam ser mudadas ou alteradas para que o sistema possa se sustentar. Qq líder chinês será capaz de reconhecer que nos últimos 30 anos houve uma mudança interna e externa ao sistema social chinês.

  6. Ao se separar o que seria a pauta legítima do que seria extremismo, o cidadão médio não irá considerar que seus direitos e demandas estão sendo tolhidos, pois ele não coaduna nem concorda com radicalismos e extremismo, só quer ter tranquilidade para conduzir sua vida. Melhor do que banir quem provocou os atos de extremismo na assembleia legislativa de Hong Kong seria expor os atos de vandalismo e depredação, processando e colocando na cadeia os responsáveis.

  7. Sobretudo, o ato de invadir a assembleia legislativa de Hong Kong certamente viola inclusive as leis do regime democrático de Hong Kong. É aqui que entra uma questão que pode ser importante: separar demandas legítimas e que dizem respeito à toda a sociedade daquelas que atendem à interesses de grupos que estão dispostos a adotar o extremismo para alcançar seus objetivos. É aí que as coisas deveriam começar a ser separadas, nenhum sistema, incluindo os democráticos, sobrevive ao radicalismo.

  8. Mobilizações populares são espaços para todo tipo de agenda e pautas, sobretudo pq elas dependem disto, desde aquelas mais populares até às mais radicais e extremas, a pauta que tinha grande apelo popular nas manifestações de Hong Kong era o projeto de extradição, foi isto o que levou a grande massa às ruas. O que certamente pode ser observado é que com o objetivo principal sendo alcançado, parte da massa se desmobilizou, restando agora as pautas mais difusas e sectárias.

  9. A única carta na mão que a população de Hong Kong tem é a pressão externa e é isto o que eles buscaram utilizar, a questão principal do projeto de extradição é que ele poderia acabar basicamente se aplicando à qq cidadão de Hong Kong, é esta ameaça que acabou por mobilizar toda a sociedade contra ele, pois todos de alguma forma se sentiram ameaçados. Sobretudo, se o sujeito acha que a qq momento pode ter sua liberdade restringida, pq terá medo de ser preso ou perder sua liberdade?

  10. Em termos de desenvolvimento econômico, Hong Kong é uma ilha dentro da China e já pode servir de exemplo do tamanho que este ou os próximos governos chineses enfrentarão na mainland se o nível de desenvolvimento econômico aumentar, inclusive quanto à questão do acesso à informação, já que o desenvolvimento social depende do acesso à esta. Fora todas estas questões, quem é que manda em Hong Kong? É a China, se eles resolverem acabar com toda a autonomia da ilha, eles podem fazer isto.

  11. Mais do que atos de pura rebeldia e tentativas de desestabilização, o protesto é uma forma do cidadão demonstra que ele está insatisfeito com algo e que suas demandas não estão sendo atendidas de acordo com o que ele considera que poderia. Uma das coisas que a China de hj deveria observar é que as demandas de sua população mudaram em relação com às de 30 anos atrás, inclusive, partes destas demandas são hj condições trazidas pelo desenvolvimento econômico.

  12. Hong Kong se apresenta como um paradoxo entre a China milenar e o mundo das revoluções turbulentas e caóticas, portanto, poderia muito bem ser vista como uma interface entre a China e o restante do globo, os chineses não abririam mão de suas tradições e identidade, mas tb não se manteriam em completo isolamento do restante do mundo (na prática isto já está acontecendo, mesmo que eles controlem a internet, seus cidadãos que se espalham pelo mundo estão sendo "polinizados" por este).

  13. Crises são oportunidades para se aprender e para se adaptar, não é possível se conceber que uma sociedade como a chinesa com uma cultura e tradição milenares vá do dia para a noite simplesmente mudar a configuração do sistema social que lhe permitiu chegar até os dias de hoje de forma razoavelmente estável. Nem a China de hj é que nem a China de 30 anos atrás, nem o mundo, o modelo que os trouxe aqui deveria se adaptar para incluir os novos desafios e elementos que se apresentam.

    1. A situação entre a China e Hong Kong é bem mais simples. Trata-se da discussão sobre liberdades individuais. Sobre comunismo x capitalismo. Sobre uma maneira de viver que o nativo da Ilha tem, e que os comunistas não. O resto é baboseira de esquerdistas.

  14. A China é a ditadura mais brutal e sofisticada do mundo! Usa a tecnologia e a complacência do Ocidente para fazer o que quer...

  15. Cuidado manifestantes, olhem o que aconteceu na praça da "Paz Celestial", esquerdopatas não suportam opiniões contrárias e assassinam manifestantes.

  16. Hong Kong é o exemplo perfeito do que a China faz no mundo todo, principalmente por meio da dominação econômica, do Made in China.

  17. Estive na China em 2018, em 10 dias não vi qualquer ato de repressão, muito pelo contrário, vi um povo feliz e uma economia de causar inveja a qualquer País capitalista.

    1. 10 dias é muito pouco pra perceber alguma coisa. Que tal 10 anos? A Missão, também conhecida como ONG Portas Abertas coloca a China, através do PC Chinês, entre os 50 países de maior e mais violenta perseguição aos cristãos no mundo, com fatos para comprovar.

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