Com sofás velhos e videocassetes, Câmara faz o 'leilão da sucata'
Celulares e computadores com defeito, sofás velhos, cadeiras quebradas e eletrodomésticos com décadas de uso podem render à Câmara 58,2 mil reais. A casa contratou uma empresa especializada em leilão para vender, no próximo dia 15, centenas de bens inservíveis, como são chamadas tecnicamente as sucatas acumuladas no almoxarifado da casa. Os bens estão agrupados...
Celulares e computadores com defeito, sofás velhos, cadeiras quebradas e eletrodomésticos com décadas de uso podem render à Câmara 58,2 mil reais. A casa contratou uma empresa especializada em leilão para vender, no próximo dia 15, centenas de bens inservíveis, como são chamadas tecnicamente as sucatas acumuladas no almoxarifado da casa.
Os bens estão agrupados em 22 lotes, orçados em valores que vão de 1 mil reais a 9,5 mil reais cada um. Além de aparelhos de celular com defeito, a Câmara vai licitar ainda 80 quilos de cabos. A lista inclui rádios transceptores, geladeiras, fogões, fornos de micro-ondas, perfuradores de papel e até duas velhas estruturas de elevador.
A Câmara venderá ainda 4,8 mil CDs originais e 480 dispositivos comprados há uma década para disponibilizar as pautas das sessões eletronicamente para os parlamentares. Esses equipamentos chegaram à casa como uma revolução tecnológica que garantiria a economia de mais de 3,5 toneladas de papel nas comissões. O sistema permitia que os deputados acessassem as informações sobre projetos em computadores acoplados às bancadas. Mas, com o avanço da tecnologia, hoje eles usam notebooks ou celulares para ter acesso às pautas e aos textos dos projetos de lei.
Também estão na lista do leilão armários antigos, dezenas de cadeiras de escritório, muitas delas quebradas, camas, persianas, ventiladores e videocassetes.
Pelas imagens e descrições divulgadas pela Câmara, não há móveis com valor histórico entre os bens ofertados. As peças a serem incluídas em leilões costumam ser avaliadas pela equipe do museu da casa. Há alguns anos, órgãos públicos foram alertados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional sobre a venda de mobiliário de designers e arquitetos famosos, especialmente dos anos 1950 e 1960, como bens inservíveis.
Até o começo dos anos 2010, era comum encontrar em leilões de órgãos públicos, por valores irrisórios, móveis de madeiras nobres e concebidos por nomes consagrados, como Sérgio Rodrigues, Bernardo Figueiredo, Jorge Zalszupin e Joaquim Tenreiro. À época, em uma campanha, o Iphan passou a estimular a restauração dessas peças e a explicar a servidores seu valor histórico.
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Comentários (3)
Mário
2020-08-02 00:38:13É pra rir ou pra chorar? Quanta seriedade com o dinheiro público! Comovente!
sophia
2020-08-01 16:26:14Para os políticos analfabetos, o que vale é dinheiro. Não é a cultura e nem a arte!
Volf MS
2020-08-01 15:59:03Ah! se esses sofás pudessem falar.