Cid Gomes defende que PDT não seja “puxadinho” do PT em Fortaleza

Cid Gomes (PDT-CE; foto), o senador que foi afastado no início do mês do comando do partido no Ceará, defende que o PDT faça uma aliança com o PT visando as eleições municipais de Fortaleza. Ele, no entanto, defendeu que o seu partido tenha a cabeça da chapa.

“O PT tem a presidência da República, tem o Governo do Estado, eu não acho razoável que eles tenham também a Prefeitura de Fortaleza — ou ganhem, porque eles não têm a Prefeitura de Fortaleza — e fique com todos os três poderes”, disse o parlamentar, durante entrevista ao jornal cearense Diário do Nordeste. “Não é bom para a democracia.”

Ele disse que a ideia de uma chapa com os dois partidos seria uma maneira de impedir a interferência de “aventureiros” na capital. Ele mesmo reconheceu no entanto que se trata de uma “utopia”.

A questão do apoio entre os dois partidos no estado causou uma crise que levou o senador ao comando do partido — e à sua queda, meses depois. A decisão foi assinada pelo presidente nacional do partido, o deputado federal André Figueiredo (PDT-CE) e contou com o aval de Carlos Lupi, o ministro da Previdência e um dos mandachuvas da legenda.

O motivo seria uma reunião do diretório estadual que acabou gerando uma confusão, com momentos de gritaria e empurra-empurra. Com isso, o partido acabou não deliberando se apoiaria ou não o governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), motivo original da cizânia.

A disputa, ainda mais ampla, envolve os irmão de Cid, Ciro Gomes, que estão com as relações rompidas. Ciro defende que José Sarto, que busca a reeleição em Fortaleza pelo partido, seja a alternativa do grupo. Sem se falarem, Ciro diz que o irmão mais novo lhe deu uma “facada nas costas”. Já ele, quando foi chamado a opinar sobre o mandato de Cid, sugeriu que ele fosse destituído do cargo.