Chefe de gabinete de Flávio Bolsonaro efetuou 1.183 saques que somam R$ 727 mil
A quebra de sigilo do coronel-aviador Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (foto), mostra que no período em que esteve na chefia de gabinete do 01 de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj, ele efetuou 1.183 saques cujo valor total alcançou 727 mil reais. De...
A quebra de sigilo do coronel-aviador Miguel Ângelo Braga Grillo, chefe de gabinete do senador Flávio Bolsonaro (foto), mostra que no período em que esteve na chefia de gabinete do 01 de Jair Bolsonaro na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, a Alerj, ele efetuou 1.183 saques cujo valor total alcançou 727 mil reais.
De acordo com os extratos bancários aos quais Crusoé teve acesso, entre 2012 e 2018 foram depositados em sua conta 196 mil reais em dinheiro vivo sem identificação do depositante. Os maiores depósitos ocorreram em 2012. No dia 29 de março de 2012, por exemplo, 99 mil reais em dinheiro entram na conta do chefe de gabinete de Flávio. No mesmo dia, Grillo saca 40 mil reais.
Esse padrão de transações nas contas de assessores de Flávio, com depósitos em dinheiro vivo e altas quantias em saques, de acordo com os investigadores do Ministério Público do Rio, é ilustrativo do esquema de rachid operado gabinete do então deputado estadual.
Lotado atuamente no Senado Federal, Braga Grillo é um dos assessores de Flávio que tiveram seus sigilos quebrados com autorização da Justiça no âmbito da investigação do MP-RJ sobre peculato, organização criminosa e lavagem de dinheiro. Para os investigadores, Flávio seria o líder do esquema e seu ex-assessor, Fabrício Queiroz, o operador financeiro.
Uma das suspeitas dos promotores é que servidores eram nomeados no gabinete, mas não trabalhavam. Como funcionários fantasmas, eles devolviam parte dos seus vencimentos para Queiroz que, em seguida, custeava despesas de Flávio Bolsonaro e de seus familiares.
Braga Grillo era uma figura importante na trama, segundo os promotores, por ser o responsável por atestar, em comunicados encaminhados ao setor administrativo da Alerj assinados por ele, a “frequência integral” de todos servidores do gabinete. Muitos deles, no entanto, sequer tinham crachá na Alerj para desempenhar suas funções.
O coronel aparece também na entrevista do empresário Paulo Marinho em que ele acusa Flávio Bolsonaro de ter recebido informações sigilosas sobre a Operação Furna da Onça, onde estava anexado o relatório do Conselho de Controle da Atividade Financeira, o Coaf, com as transações suspeitas de 1,2 milhão na conta de Queiroz. Ouvido pela PF, ele negou ter recebido informações sobre o caso. Após o susposto vazamento, em outubro de 2018, Flávio exonerou Queiroz.
Braga assumiu o cargo no gabinete de Flávio em 2007 ficando até 2018. Ele substituiu Mariana Lúcia da Silva Ramos Mota que, segundo o MP, desempenhava a função de arrecadadora de valores dos servidores antes de Queiroz.
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Comentários (10)
Lucia
2020-09-02 17:10:47Diante disso só existe uma pergunta: onde estava a Receita Federal?? Atrás de velhinho com recibo médico sem data e carimbo? Me poupem!
Antônio
2020-09-02 12:57:04Descumpem, mas é pura "chinelagem", devem ter aprendido com o Lula, quando apoiavam ele! esqueceram?
José
2020-09-01 18:32:03Mas não eram honestos??
Sergio
2020-09-01 16:35:50Alguém acha que nesse país ninguém faz movimentacoes em dinheiro. Inocente ,estão todos enganados. Todas as tampas nesse país circulam via saques e depósitos em espécie. As vezes até entradas em cheques de valores altos e saídas picadas, abaixo de 10 mil. É muito fácil aos órgãos controladores Coaf, Bacen pegar as trampas, mas são tantas que vão faltar auditores para isso.
Arnaldo
2020-09-01 16:02:09Que vergonha!!!
Lucia
2020-09-01 14:20:21Parabéns pelo texto
Maria
2020-09-01 12:10:46E cada notícia que chega confirma que esta família não é honesta como prega. E as explicações que não chegam só consolidam toda a maracutaia. Até porque quem usa dinheiro vivo hoje em dia? Só quem não quer deixar rastro.
ROBERTO
2020-09-01 11:59:03O jornalismo e o MP pode mentir ou buscar pelo em ovo, mas a matemática, não. Seis anos, são 2190 dias ou 312 semanas. R$727.000,00 em 1183 saques, dá uma média de R$614,54/saque. Semanalmente, seriam 3,79 saques, ou R$2.329,11. Cada um tire as suas conclusões!!
Jose
2020-09-01 11:57:24poxa, que matéria fenomenal!!! Dá quase R$600,00, por saque..... que saldade da corrupção de gente grande. Kkkk para deixar clara a ironia, senão alguns podem achar que estou falando a verdade.
Silvino
2020-09-01 11:33:37Perguntaria ao coronel-aviador Miguel Angelo Braga Grillo como o Sr.pode explicar esses saques no valor de 727 mil reais. A reforma administrativa tem que, em primeiro lugar, extinguir esses cargos comissionados em todos os níveis de governo. Quem está achando falta dos 3 mil comissionados na Câmara Federal, isso sem falar na Assembléias Estaduais e Câmaras Municipais de todo o país. Precisamos dessas verbas na Saúde e Educação e esse pessoal fica fomentando as indecentes rachadinhas.