Cacique Raoni contra exploração de petróleo na Foz do Amazonas
Liderança indígena reapareceu para se posicionar contra a perfuração da Petrobrás no Amapá
O líder indígena Raoni Metuktire criticou a possível exploração de petróleo pela Petrobras na Foz do Amazonas.
Ao lado de uma delegação do povo Kayapó, o cacique manifestou apoio à comunidade de Oiapoque contra a exploração e a perfuração da Petrobras no bloco 59, a 175km do Amapá, uma área considerada ecologicamente sensível.
"Eu quero falar de novo. Prestem muita atenção, vamos nos unir, vamos ter força. Nós não podemos permitir que essa perfuração aconteça. É isso que eu tenho para falar. Nós temos que ser fortes e continuar lutando contra para que não seja feita essa perfuração de petróleo. É isso que eu tenho para falar. Só isso. Obrigado", disse Raoni.
Em 2023, o líder indígena subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado do presidente Lula (PT), em um gesto simbólico de apoio ao novo governo.
Roani também é adorado pelo presidente francês, Emmanuel Macron, que já o condecorou com o título de cavaleiro da Legião de Honra, a mais alta distinção do país.
A hipocrisia e a Margem Equatorial
Duas semanas antes da COP30, em Belém, o Ibama autorizou a pesquisa sísmica para a exploração de petróleo na Margem Equatorial da Foz do Amazonas.
A decisão expôs uma contradição do governo petista, que se apresenta como defensor do meio ambiente.
O petróleo e seus derivados são as maiores fontes de emissão de gases de efeito estufa no planeta, o que evidencia a incoerência entre o discurso ambiental e a prática energética do governo.
A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, tentou relativizar a exploração. Segundo ela, parte dos recursos pode ser destinada a energias renováveis.
“Foi importante o presidente Lula dizer, na cúpula de líderes, que precisamos acabar com a dependência dos combustíveis fósseis. Não basta querer sair da dependência, temos que criar as bases para isso. É preciso usar parte do lucro do petróleo para investir na transição energética. Investir em hidrogênio verde e energia eólica e solar. O Brasil está disposto a fazer isso pela justiça climática”, disse Marina ao Globo.
Outra justificativa dada pela ministra é que não dá para abandonar o petróleo de uma vez. “Não é possível abandonar combustíveis fósseis por decreto, porque haveria um colapso energético global”.
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