O Brasil na dança de cadeiras das organizações internacionais
Uma das medidas para avaliar a influência do Brasil no mundo é olhar as posições ocupadas por brasileiros em organismos internacionais. Na semana passada, o diplomata brasileiro Marcos Troyjo, que até recentemente integrava a equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia, foi eleito para a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos BRICs....
Uma das medidas para avaliar a influência do Brasil no mundo é olhar as posições ocupadas por brasileiros em organismos internacionais.
Na semana passada, o diplomata brasileiro Marcos Troyjo, que até recentemente integrava a equipe de Paulo Guedes no Ministério da Economia, foi eleito para a presidência do Novo Banco de Desenvolvimento, o banco dos BRICs. Mas a escolha de Troyjo para integrar um organismo com cinco membros parece ser uma exceção na disputa por cadeiras em órgãos do tipo.
No Banco Interamericano de Desenvolvimento, o BID, em Washington, havia uma forte expectativa em torno de um candidato brasileiro, que contaria com o apoio automático dos Estados Unidos. O atual presidente do BID, Luis Alberto Moreno, deixa o cargo neste ano. Mas as tratativas perderam força e o Brasil sequer definiu qual seria o seu candidato.
O Brasil também estava bem posicionado para assumir um dos dezoito assentos no Tribunal Penal Internacional, em Haia (foto). O governo brasileiro indicou a desembargadora Mônica Sifuentes, do Tribunal Regional Federal da 1ª Região. Ela ainda precisaria ser sabatinada pelo Senado, mas o TPI já começou a dar indícios de que pode dar espaço para um representante de outro país da América Latina.
Na Organização Mundial do Comércio (OMC), o diplomata Roberto Azevêdo decidiu deixar a direção-geral um ano antes de concluir seu mandato. Ele disse tratar-se de uma decisão pessoal, mas especula-se que divergências com o governo brasileiro estariam entre os motivos.
"Durante muito tempo, o Brasil teve assento em diversos mecanismos internacionais porque era visto com bons olhos. O país tinha uma posição conciliadora e pacífica", diz o advogado Acácio Miranda, especialista em relações internacionais. "Ao criticar o globalismo e assumir uma atitude mais beligerante, o Brasil acabou perdendo protagonismo dentro dessas instituições."
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