Bolsonaro e sua militância radical: uma relação de altos e baixos
Manifestada nos últimos dias nas redes sociais, na esteira do recuo de Jair Bolsonaro na guerra contra o Supremo Tribunal Federal, a decepção do “bolsonarismo raiz” com o presidente da República não é inédita. Há tempos a relação é marcada por altos e baixos. Em quase três anos de mandato, para manter mobilizada sua militância,...
Manifestada nos últimos dias nas redes sociais, na esteira do recuo de Jair Bolsonaro na guerra contra o Supremo Tribunal Federal, a decepção do “bolsonarismo raiz” com o presidente da República não é inédita. Há tempos a relação é marcada por altos e baixos. Em quase três anos de mandato, para manter mobilizada sua militância, Bolsonaro fez dos ataques ao "sistema", em especial ao STF e ao Congresso, sua retórica predileta. Sempre que se viu ameaçado e sob o risco de perder o mandato, no entanto, o presidente acabou se curvando ao establishment que sempre criticou.
Não faz um ano que uma indignação semelhante tomou as redes bolsonaristas. Em outubro de 2020, quando indicou Kassio Marques ao STF, Bolsonaro não escapou das críticas nem mesmo dos apoiadores mais ferrenhos. Aliado de primeira hora do Planalto, Silas Malafaia disse, na ocasião, que o presidente "decepcionou geral".
"O senhor está colocando um camarada que atende o Centrão, o PT, a esquerda, Ciro Nogueira, corruptos, e quem é contra a Lava Jato", disparou o pastor, citando o senador do Progressistas que, dez meses depois, viria a se tornar o ministro da Casa Civil de Bolsonaro. Hoje, Malafaia, com a relação já pacificada, participa de eventos promovidos pelo governo federal justamente ao lado de Ciro Nogueira.
Meses antes, uma enfurecida militância cobrava de Bolsonaro um posicionamento sobre a prisão da ex-líder do grupo extremista “300 pelo Brasil” Sara Winter, detida por ordem do ministro Alexandre de Moraes no inquérito que apurou a promoção e o financiamento de atos antidemocráticos.
Antes de ir para a cadeia, Sara e aliados desfilaram pela Esplanada, em um ato contra o STF, usando máscaras e tochas, símbolos que remetem a marchas nazistas e aos protestos promovidos pelo grupo supremacista branco Klu Klux Klan. Depois da prisão, a ativista publicou vídeos em que chorava e se dizia decepcionada com o silêncio do presidente.
A ala ideológica também entrou em rota de colisão com o Planalto quando começou a perder espaço no governo para os militares. A revolta aumentou quando as nomeações do grupo, mesmo para cargos de escalões inferiores, passaram a ser sistematicamente barradas na Casa Civil, à época comandada por Walter Braga Netto, hoje ministro da Defesa.
Um dos poucos olavistas com assento hoje no Planalto, Filipe Martins, assessor de Bolsonaro para assuntos internacionais, manifestou seu descontentamento na ocasião, reconhecendo "o enfraquecimento do núcleo político-ideológico do governo, que antes dava unidade ao projeto e sentido às escolhas". Ele enxergou na ocupação de cargos por militares o crescimento de um "neutralismo tecnocrático incapaz de desafiar a ideologia dominante".
Como em um filme repetido, todas as vezes em que se sentiu pressionado pela ala mais radical do bolsonarismo, o presidente acabou fazendo acenos ao grupo mais adiante, normalmente encampando outras bandeiras de interesse dos ideológicos.
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Comentários (5)
Nyco
2021-09-12 21:52:31Ouço zurros ou é impressão? ____ No governo do MITO não existe altos e baixos como blasfemam os ANTAS. No governo do MITO só existe trabalhos árduos e como bem disse o Presidente Trump: "Eu adoro o presidente do Brasil, preciso dizer. Ele e seu filho [Eduardo Bolsonaro] são pessoas ótimas, e ele trabalha duro, ajudando as pessoas. Espero que ele fique bem”. ___ BOLSONARO 2022, a última TRINCHEIRA contra o comunismo.
Sergio
2021-09-12 20:12:17O desgoverno do bozopata é desde sempre uma aberração que passou devido outra aberração petralhosa, nada além disso...e os que se dão bem na zorra geral (ops praçaenossaratinho) só riem e continuam a levar a bufunfa.
Jose
2021-09-12 16:15:42Ideologia? Kkkkkkkkmmkk. Isso não existe. O Bozismo raiz é apenas um grupo de bandidos de alta periculosidade que se juntaram para devastar o país e maltratar a população brasileira visando a obtenção de lucros altíssimos a curto prazo. Eles conseguiram os seus objetivos. Daqui a alguns meses, toda a quadrilha fugirá para o exterior para curtir o que foi roubado. Os mais de 50 milhões de bestas que votaram no minto ficarão aqui trabalhando para pagar o preço do roubo.
PAULO
2021-09-12 15:42:24Bolsonaro foi eleito para ser o presidente de todos, mas a muito tomou a decisão de governar somente para o cercadinho, composto por interesseiros e aloprados. Os aloprados querem guerra e os interesseiros querem as benesses do poder. É um presidente sem saída, pois é difícil equacionar e atender às demandas desses dois grupos. Moro 🇧🇷
Humberto
2021-09-12 12:21:12Só quem acredita em Ideais nestes bandidos é a Boiada!!!pois começou com o Topete Laranja nos EUA pois o cara na maior, roubou dinheiro de doadores dizendo que ia entrar na justiça e o Biden não ia assumir, “Sumiu a Grana”, até hoje processado por Doadores que querem o dinheiro de volta, filha do cara , esposa do Trump Júnior, comprou um terreno em condomínio na Flórida de 85 Milhões de U$!!!! Quem tem Puxadores da Boiada , como Pastor Maracutaia, Bananinha e RGeferson, entre outros, Ideal Zero.