Barros pede à CPI da Covid apuração sobre vazamento de dados sigilosos
Alvo da CPI da Covid pelo suposto envolvimento nos casos Covaxin, Davati e VTCLog, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (foto), pediu ao colegiado uma apuração sobre o "possível" vazamento de dados sigilosos em poder da comissão. No documento, Barros faz menção ao artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que "é inviolável...
Alvo da CPI da Covid pelo suposto envolvimento nos casos Covaxin, Davati e VTCLog, o líder do governo na Câmara, Ricardo Barros (foto), pediu ao colegiado uma apuração sobre o "possível" vazamento de dados sigilosos em poder da comissão.
No documento, Barros faz menção ao artigo 5º da Constituição Federal, que estabelece que "é inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal".
O requerimento foi entregue na última semana e tramita de forma restrita, com acesso limitado aos senadores da CPI. Embora faça menção à possibilidade de vazamentos, Barros não teve os sigilos telefônico e telemático quebrados pelo colegiado.
Em nota enviada a Crusoé, o deputado declarou que acionou, ainda, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, em nome da abertura da apuração. "Dados sigilosos em poder da Comissão estão sendo utilizados em reportagens. O vazamento é crime de abuso de autoridade e de quebra de segredo da Justiça, por isso solicitei a apuração dos fatos e a responsabilização pelo ocorrido. O vazamento seletivo de dados em segredo de Justiça não pode ser tolerado e precisa ser combatido", argumentou.
O deputado pediu a investigação depois da publicação de reportagens sobre quebras de sigilo que mostram, por exemplo, intensa interlocução de Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do ministério, com Andreia Lima, CEO da VTC Operadora Logística. Barros e Dias nutrem uma ligação, conforme indicam senadores.
A empresa entrou na mira da CPI depois de a imprensa noticiar que os negócios com o Ministério da Saúde aumentaram em 70% no período em que Ricardo Barros comandou a pasta, entre 2016 e 2018. Sob a gestão dele, a VTCLog assinou seis contratos diretos com o órgão, no valor total de 253 milhões de reais. Todos sem licitação. À época, o então ministro extinguiu o departamento do ministério que executava esse serviço e o terceirizou para a empresa, sob a alegação de economia de recursos.
Logo após a saída de Barros, em 2018, a VTCLog assinou o maior de seus negócios com a pasta, por meio de pregão, no valor de 485 milhões de reais e prazo de cinco anos. Este é o objeto da trama que está sendo investigada pela CPI, após um aditivo de 88,7 milhões assinado em fevereiro.
Denúncias levadas à comissão envolvem, além do próprio Roberto Dias, pessoas graúdas do cenário político em um suposto esquema de desvio de dinheiro no contrato de distribuição de vacinas com a VTCLog. Como revelou Crusoé, foram nominalmente citados Ricardo Barros, Arthur Lira e Ciro Nogueira.
O deputado deve prestar depoimento à CPI da Covid em 12 de agosto, pouco mais de uma semana após a comissão retomar os trabalhos. Barros terá de esclarecer, além do caso VTCLog, seu papel na negociação entre o Ministério da Saúde e a Precisa Medicamentos, que atuou como representante da Bharat Biotech, pela aquisição de 20 milhões de doses da Covaxin.
O contrato de compra foi suspenso em junho, depois de o deputado Luis Miranda e o chefe da Divisão de Importação do ministério, Luis Ricardo Miranda, denunciarem indícios de corrupção nas tratativas. As suspeitas chegaram a ser levadas a Jair Bolsonaro em 20 de março, durante uma reunião no Palácio da Alvorada. No encontro, dizem os irmãos Miranda, o presidente alegou que o esquema seria "coisa" de Barros, que atuou como ministro da Saúde na gestão Michel Temer e tem ligações com a Precisa.
O parlamentar precisará, ainda, explicar a ligação com Roberto Ferreira Dias, ex-diretor de Logística do ministério. Dias é acusado pelo representante comercial da Davati Medical Supply e policial militar, Luiz Paulo Dominghetti, de pedir propina para viabilizar um contrato de compra de 400 milhões de doses da vacina desenvolvida pela AstraZeneca. A Davati, depois, admitiu não representar o laboratório farmacêutico, tampouco deter os imunizantes negociados.
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Comentários (8)
Ana Galdino dos Santos
2021-07-27 05:53:33Brasil, nas Olimpíadas dos assaltos ao Erário, seria medalha de ouro com distinção e louvor.
Sergio
2021-07-26 22:22:54Sempre considerei e quero continuar considerando o povo PARANAENSE um povo culto e honesto, mas se esse corrupto deputado, Ricardo Barros, for reeleito no próximo ano, eu já acho que os paranaenses não passam de uns ignorantes.
Jose
2021-07-26 18:03:37Tem é mais que vazar. Dados sigilosos só servem para proteger bandidos!
AKUMA
2021-07-26 17:50:20acorda povo Paranaense , põe esta escoria pra correr !
PAULO
2021-07-26 17:41:37Bolsonaro apontou o seu líder na Câmara, o deputado Ricardo Barros, como chefe no Esquema da Covaxin. RB está sangrando desde então, perante todos os brasileiros. Então RB está preocupado com questões cosméticas? Virou moda. Depois de assistirmos a insistência em tratar covid com cloroquina, agora RB quer estancar uma hemorragia, com pó de arroz.
Gilda
2021-07-26 17:34:28Tudo eles apelam para Constituição. Tudo é ilegal publicar. Que eu saiba. na Constituição não existe em nenhum artigo escrito que o roubo é legal, que propina é legal. Mas na hora H todos apelam para a Constituição. Tudo é abuso de autoridade. Acho que a coisa mais grave destes políticos é roubar descaradamente e achar que é tudo normal ,tudo Natural.
Lenora
2021-07-26 16:57:49e a mulher dele no Conselho de Itaipu? Vergonha do.Paraná.
Humberto
2021-07-26 13:44:34Os caras entram na política, ficam rico , fazem rolos nas licitações, aí a CPI começa a descobrir as conversas nada republicanas , eles se manifestam !!!! Olha isto não pode publicar pois a constituição artigo tal e tal , ou seja para roubar e assaltar os cofres eles cagam para constituição!!!! Tem que divulgar mesmo , cadeia nestes vagabundos !!!