Ataque iraniano falhou, mas foi feito para dar certo
Após o ataque iraniano com 170 drones, 120 mísseis balísticos e 30 mísseis de cruzeiro contra Israel, autoridades americanas têm buscado evitar uma resposta militar israelense. O presidente americano Joe Biden está buscando agendar uma reunião do G7 para encontrar uma "solução diplomática". Entre os argumentos apresentados para botar panos quentes está o de que...
Após o ataque iraniano com 170 drones, 120 mísseis balísticos e 30 mísseis de cruzeiro contra Israel, autoridades americanas têm buscado evitar uma resposta militar israelense.
O presidente americano Joe Biden está buscando agendar uma reunião do G7 para encontrar uma "solução diplomática".
Entre os argumentos apresentados para botar panos quentes está o de que Israel interceptou 99% dos projéteis lançados contra o seu território. O resultado surpreendente seria uma vitória israelense, então não haveria motivo para atacar o Irã, que já foi derrotado.
Esse argumento não considera que, apesar de ter falhado, o ataque iraniano foi feito para dar certo. Ao lançar um número nunca antes visto de drones e mísseis contra outro país, os iranianos queriam causar morte e destruição, e não apenas mandar um sinal, um recado.
"O pacote de projéteis foi inspirado naqueles que os russos usaram repetidamente contra a Ucrânia, com grande efeito", afirma o Instituto do Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), em Washington.
Os drones foram lançados muito antes dos mísseis balísticos, provavelmente com a intenção de que, se eles chegassem ao mesmo tempo a Israel, sobrecarregariam o funcionamento dos sistemas de defesa antiaérea. Trata-se de uma técnica que tem sido muito usada pelos russos na Ucrânia.
Os iranianos sabiam que Israel teria um desempenho melhor que o dos ucranianos, mas não tinham ideia de que seus inimigos se sairiam tão bem.
"A taxa média de interceptação das defesas aéreas ucranianas é de 46% dos mísseis balísticos russos nos maiores ataques. Os iranianos muito provavelmente sabiam que as taxas israelenses seriam maiores que a dos ucranianos, mas não acima dos 90% contra os mísseis balísticos — os russos afinal, nunca dispararam tantos mísseis balísticos em um único ataque contra a Ucrânia", afirma o Instituto.
Além das defesas antiaéreas israelenses serem melhores que a dos ucranianos, o que fez a diferença foram os caças (foto), um recurso que o presidente Volodymyr Zelensky não dispõe.
Após o ataque iraniano, Zelensky afirmou que os caças F-16s, que seu país receberá no meio deste ano, serão usados para abater drones e mísseis russos.
"O Irã aprenderá lições adicionais com o ataque frustrado, que poderá aproveitar para lançar ataques mais bem-sucedidos no futuro", conclui o ISW.
A pergunta que fica então é se uma solução diplomática, como quer Biden, será capaz de evitar o próximo ataque do Irã.
O próximo poderá ser um ataque muito diferente. Vale lembrar que, a partir do momento em que os aiatolás decidirem produzir o material suficiente para uma primeira bomba, bastará uma semana para alcançar o objetivo.
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