As “gravíssimas preocupações” do TCU com a Previ
O Tribunal de Contas da União aprovou, em caráter de urgência, a abertura de uma auditoria sobre a gestão do fundo de pensão presidido por João Luiz Fukunaga
O Tribunal de Contas da União (TCU) aprovou na quarta-feira, 5, em caráter de urgência, a abertura de uma auditoria sobre a gestão da Caixa de Previdência dos Funcionários do Banco do Brasil, a Previ, fundo de pensão presidido por João Luiz Fukunaga (foto), sindicalista com um mestrado em história mexicana voltado para literatura asteca.
A solicitação foi apresentada pelo ministro Walton Alencar Rodrigues, alegando "gravíssimas preocupações" com a situação financeira do fundo.
Segundo o ministro, o "Plano 1" da Previ registrou um déficit acumulado de aproximadamente 14 bilhões de reais entre janeiro e novembro de 2024, "em total discrepância com o acumulado de 5,5 bilhões de reais em 2023".
"O fato é seríssimo, elevando os riscos dos segurados do Banco do Brasil. Comparativamente aos anos anteriores, foi pífio o desempenho atual dos planos da Previ. No ano passado, o desempenho foi substancialmente menor para quase todas as classes de investimento, renda fixa, renda variável, ativos, imobiliários e investimentos estruturados", afirmou Alencar Rodrigues em sessão plenária do TCU.
Além disso, o rendimento dos investimentos realizados no plano foi alarmantemente baixo, atingindo apenas 1,58% durante o mesmo período.
"Sérios problemas de gestão"
O ministro também afirmou que "sérios problemas de gestão parecem estar a afligir a entidade" controlada por Fukunaga.
"Há a perspectiva de danos graves para o Banco do Brasil, sociedade de economia mista, cujo controle pertence à União, que, em caráter extraordinário, poderá ser obrigada a contribuir paritariamente com os assegurados."
O despacho foi encaminhado à Secretaria-Geral de Controle Externo do TCU para o levantamento de informações.
Ilação?
Em nota, a Previ de Fukunaga classificou as suspeitas de falhas na gestão como "ilações".
"Acerca das ilações de falhas na gestão, a entidade registra seu mais veemente repúdio, pois afirmações rasas trazidas a público desqualificam um assunto de relevada importância para milhares de associados, e levam intranquilidade para pessoas que, em sua maioria, já passaram dos 70 anos de idade", afirmou o fundo em nota.
A Previ disse que "embora o ano de 2024 tenha apresentado grande volatilidade, os planos continuam em equilíbrio — muito por conta do bom resultado de 2023, também construído pela atual gestão".
"Não há, portanto, nenhum risco de equacionamento, nem de pagamento de contribuições extraordinárias pelos associados ou pelo Banco do Brasil (BB)", acrescentou.
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