Área de pesquisas da Embrapa pode virar escola do Exército
Os oficiais que integram o Alto Comando do Exército discutiram na última reunião do grupo, realizada na semana passada em Brasília, o local de instalação da nova escola de formação de sargentos. Três cidades foram escolhidas como finalistas da disputa, que mobiliza parlamentares e políticos pela dimensão do empreendimento. Agora, Recife (PE), Santa Maria (RS)...
Os oficiais que integram o Alto Comando do Exército discutiram na última reunião do grupo, realizada na semana passada em Brasília, o local de instalação da nova escola de formação de sargentos. Três cidades foram escolhidas como finalistas da disputa, que mobiliza parlamentares e políticos pela dimensão do empreendimento. Agora, Recife (PE), Santa Maria (RS) e Ponta Grossa (PR) seguem com chances.
Em Ponta Grossa, a possível cessão de um terreno aos militares enfrenta a oposição de cientistas e acadêmicos, já que o imóvel oferecido como opção para a escola do Exército é hoje uma área de estudos da Embrapa. Pesquisadores apontam prejuízos às pesquisas caso a escola de sargentos seja instalada na fazenda-modelo da Embrapa de Ponta Grossa.
O Exército forma anualmente pelo menos 1,1 mil sargentos. A criação da nova escola gerou uma corrida de prefeitos e governadores interessados em sediar a instituição. Para tentar convencer o Exército, eles têm apresentado contrapartidas. No Paraná, o governador Ratinho Júnior ofereceu uma permuta à Embrapa, para que os pesquisadores deixem a fazenda-modelo de Ponta Grossa e sejam transferidos para um terreno em um município vizinho. Dos três estados que estão na disputa, Ratinho é o governador mais próximo do presidente Jair Bolsonaro.
O possível despejo da Embrapa, entretanto, pode trazer prejuízos científicos importantes, de acordo com pesquisadores. “Nesse campo experimental, são desenvolvidos trabalhos científicos com espécies arbóreas, projetos florestais científicos de longo prazo, como um banco de germoplasma de árvores, e outro de integração lavoura-pecuária-floresta”, disse a Crusoé um pesquisador, que preferiu não ser identificado. “Isso causará uma perda científica importante em termos de resultados e informações sobre recursos e manejos florestais”, acrescentou.
Em nota, a Embrapa afirmou que “as tratativas estão em fase inicial” e que “a manutenção das atividades de pesquisa desenvolvidas na fazenda modelo é pressuposto, caso haja transferência das atividades para outra área”.
Segundo o Exército, um dos objetivos da nova escola é concentrar a formação dos sargentos em uma única instituição, para permitir “a economia de meios e de recursos orçamentários”. Hoje, a formação básica é ministrada em 13 unidades do Exército e a qualificação ocorre na Escola de Sargento das Armas, em Três Corações (MG), na Escola de Sargentos de Logística, no Rio de Janeiro, e em um centro de aviação do Exército, em Taubaté (SP).
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Comentários (7)
Renata
2021-08-23 10:59:19Essa área da Embrapa em Ponta Grossa está há anos invadida pelo MST. Antes de ficar discutindo se quem fica com ela é a Embrapa ou o Exército, precisa tirar os invasores de lá. Não sei se já houve alguma providência ou resultado nesse sentido.
Roberto
2021-08-22 22:36:36Quando se escreve apenas por escrever o artigo fica mal escrito. Sabe o articulista que a EMBRAPA exerce um relevantíssimo papel no desenvolvimento da nossa agricultura e que sua atuação foi crucial para desenvolver o nosso pujante setor de agronegócios? Deveria informar isso. A tentativa de esvaziamento econômico da EMBRAPA representa traição aos agricultores, pecuaristas e demais representantes da cadeia lamentar que sustentam o nosso povo e a nossa economia.
Nyco
2021-08-22 21:07:55Reportagem em busca de um peido, ... que decadência deste folhetim.
Ramon
2021-08-22 18:50:03Nada mais natural para um governo que despreza a ciência
PAULO
2021-08-22 17:19:34Quando o ministro da Defesa declara, com uma certa truculência, q temos a décima força militar do mundo, eu me pergunto o porquê disso? O tamanho da Força Armada, tem q ser proporcional às ameaças que estamos suscetíveis. Colocar uma estrutura militar no lugar de uma científica, pode até ter fundamento pragmático, mas é uma péssima sinalização para a sociedade. A Embrapa trabalha para alimentar bocas. Às FA são bocas para serem alimentadas. Precisamos de um presidente que apoie a Ciência. MORO.
Odete6
2021-08-22 15:39:22Que estupidez inominável!!!!! Coisa de """ratinhos""" mesmo!!!!! E porque não faz o contrário, e manda a escola do exército para um município bem longe de lá, héin, néscio???? Ou será preciso """desenhar as razões tão óbvias""" pra qualquer um????? É incrível como todo ignorante tem ódio da CIÊNCIA e da CULTURA!!!!!
Maria
2021-08-22 14:48:33retrocesso total.espero lucidez dos governadores, Ratinho júnior é o maior bajulador de todos.