Após enviar dois porta-aviões, Joe Biden telefona para Xi Jinping

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden (foto), conversou pelo telefone com o presidente da China, Xi Jinping, na noite desta quarta, 10. Foi a primeira ligação entre os chefes das duas maiores economias do mundo.

A ligação dá uma boa demonstração de como será a abordagem americana ao lidar com os chineses. Por um lado, ações militares de Pequim, como o sobrevoo de aviões no espaço aéreo de Taiwan no início deste ano, serão prontamente repelidas. Um dia antes do telefonema, dois porta-aviões e um navio de guerra iniciaram exercícios militares no Mar do Sul da China. Segundo um comunicado da Marinha americana, o objetivo foi aumentar a operação militar no local. "Biden deu um recado claro, de que se os chineses flexionarem os músculos na direção de Taiwan ou criarem desavenças, os Estados Unidos estarão por perto. É uma mensagem oposta a do antecessor Donald Trump, que abandonou os aliados na Ásia", diz o economista Roberto Dumas Damas, professor do Insper e especialista em China.

Por outro lado, os Estados Unidos tentarão seduzir os chineses e engajá-los em questões diplomáticas. Na conversa com Xi Jinping, Biden falou sobre diversos assuntos. "O presidente Biden afirmou suas prioridades de proteger a segurança, prosperidade, saúde e modo de vida do povo americano, e preservar um Indo-Pacífico livre e aberto. O presidente Biden destacou suas preocupações fundamentais sobre as práticas econômicas coercitivas e injustas de Pequim, repressão em Hong Kong, abusos dos direitos humanos em Xinjiang e ações cada vez mais assertivas na região, inclusive em relação a Taiwan. Os dois líderes também trocaram opiniões sobre o combate à pandemia Covid-19 e os desafios comuns de segurança sanitária global, mudança climática e prevenção da proliferação de armas", diz um comunicado divulgado pela Casa Branca.