Após dois anos, Tailândia volta a criminalizar a maconha
A Tailândia irá reinserir a maconha na lista de narcóticos com o consumo proibido no país até o fim de 2024. A decisão, anunciada pelo primeiro-ministro do país, ocorre dois anos após o país ter autorizado o consumo recreativo e mesmo incentivado a plantação entre os tailandeses. "Quero que o ministro da Saúde que refaça...
A Tailândia irá reinserir a maconha na lista de narcóticos com o consumo proibido no país até o fim de 2024. A decisão, anunciada pelo primeiro-ministro do país, ocorre dois anos após o país ter autorizado o consumo recreativo e mesmo incentivado a plantação entre os tailandeses.
"Quero que o ministro da Saúde que refaça as regras e redefina a Cannabis como um narcótico", escreveu o primeiro-ministro Srettha Thavisin em seu X (ex-Twitter). A pasta, segundo o chefe de governo do país, deve alterar as regras para definir a quantidade para usos medicinais, que permanecerão permitidos.
Thavisin ainda apontou um efeito colateral da decisão do governo de Bangcoc de ter incentivado o consumo do entorpecente — quando da legalização, o país chegou a dar mudas da planta para quem se interessasse em plantá-la, incentivando o comércio local. Graças a isso, o mercado da maconha no país do Sudeste Asiático pode alcançar 1.25 bilhão de dólares (6,4 bilhões de reais) no ano que vem.
Porém "drogas são um problema que destrói o futuro do país, com muitos jovens estão viciados", continuou o primeiro-ministro. "Temos que trabalhar rápido, confiscar bens [de traficantes] e expandir o tratamento[aos viciados]."
A fala de Thavisin na Tailândia é mais uma reversão da política de drogas vista mundialmente, em torno de maior repressão ao consumo de maconha. No mês passado, o estado americano do Oregon aprovou uma lei para voltar a prender, por até seis meses, quem for flagrado com a droga. A reversão da regra passa a valer a partir de setembro.
Apesar disso, o presidente dos EUA, Joe Biden, enfrenta resistência em sua proposta de classificar o psicotrópico como menos prejudicial à saúde, garantindo seu acesso em estados que atualmente proíbem o uso.
No Brasil, o Senado Federal aprovou em abril uma PEC que torna inconstitucional o porte e a posse de toda e qualquer droga. O texto, que agora está na Câmara dos Deputados, coloca o Congresso em conflito direto com o Supremo Tribunal Federal (STF), que está perto de autorizar a descriminalização do porte de maconha para consumo pessoal. Há no momento cinco votos para a liberação, e um sexto voto nesse sentido que pode na prática garantir o consumo da erva no Brasil.
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