Após depoimento de Dias, Renan quer ouvir Elcio Franco mais uma vez
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, afirmou considerar necessário que a comissão ouça mais uma vez Elcio Franco (foto), ex-secretário executivo do Ministério da Saúde e atual assessor especial da Casa Civil, após o ex-diretor de Logística da pasta Roberto Ferreira Dias atribuir a ele a responsabilidade por todas as etapas da negociação...
O relator da CPI da Covid, Renan Calheiros, afirmou considerar necessário que a comissão ouça mais uma vez Elcio Franco (foto), ex-secretário executivo do Ministério da Saúde e atual assessor especial da Casa Civil, após o ex-diretor de Logística da pasta Roberto Ferreira Dias atribuir a ele a responsabilidade por todas as etapas da negociação de vacinas contra o novo coronavírus.
"Isso obriga a volta do ex-secretario-executivo a esta comissão. Até mesmo porque a acareação se configura necessária quando depoimentos contrários aqui são colocados. Até mesmo a possibilidade de fazer uma acareação entre Roberto Ferreira Dias e o coronel Elcio, porque tudo que deve ser atribuído a alguém, qualquer irregularidade, o depoente está atribuindo ao ex-secretário executivo", disse o parlamentar.
O emedebista tomou o microfone depois de Ferreira Dias afirmar não saber quem indicou a Precisa Medicamentos como intermediária do laboratório indiano Bharat Biotech na negociação com o Ministério da Saúde pelo fornecimento de 20 milhões de doses da Covaxin e sugerir que os senadores questionassem a Secretaria Executiva sobre o caso.
Na fala, o ex-diretor de Logística elencava aos senadores as medidas adotadas contra a Global Saúde, empresa que integra o quadro societário da Precisa e que, na gestão de Ricardo Barros à frente do ministério, recebeu 20 milhões de reais do governo federal e jamais entregou medicamentos de alto custo voltados ao atendimento de pacientes com doenças raras.
O senador Humberto Costa, do PT, questionou por que Ferreira Dias não alertou os superiores sobre a ligação entre a Global e a Precisa e a respeito da consequente possibilidade de um novo calote.
O ex-diretor do ministério afirmou que, em janeiro de 2019, pediu a abertura de uma Tomada de Contas Especial contra a Global em busca do ressarcimento dos danos ao erário e, na sequência, solicitou a inscrição, na Dívida Ativa, do débito da empresa. Em relação à Precisa, disse Ferreira Dias, não havia pendências.
"Eu só não pude fazer mais porque o procedimento do Ministério da Saúde é este. Então, em relação à empresa Global, eu, enquanto gestor, tomei todas as ações que poderia. Por que é que não consigo fazer essa correlação e sancionar a Global? A Global foi sancionada por impedimento de licitar por três meses pela gestão anterior. O que tem que ser questionado é se essa sanção foi proporcional, válida ou não, isso não me diz respeito", justificou.
"Então, a questão Global termina com uma sanção e a questão débito termina quando eu providencio todas as medidas que me cabem para reaver o recurso ao erário. No ponto Precisa, ela tem todas as documentações necessárias para que se habilite. No SICAF [Sistema de Cadastramento Unificado de Fornecedores] da Precisa não consta nenhuma ressalva", prosseguiu.
A explicação, porém, não convenceu os parlamentares. "O depoente demonstra que não cumpriu o seu papel, a sua responsabilidade, porque ele deveria ter alertado para dizer: 'Isso aqui é uma laranja da Global, que é uma empresa que roubou o Ministério da Saúde", disparou o petista.
Antes disso, Ferreira Dias já havia dito que o departamento por ele chefiado não trabalhou no levantamento de preços de vacinas contra o novo coronavírus. "No âmbito de vacinas contra a Covid-19, como todas as tratativas, apresentação de propostas e negociação eram feitas na SE [Secretaria Executiva], esse processo chegava para o meu departamento já instruído".
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Comentários (2)
PAULO
2021-07-07 19:04:38Eu levo cano de uma empresa no valor de 20 milhões, que não entregou medicamentos para doenças raras, causando ao menos 14 mortes. Depois eu habilito uma empresa do mesmo grupo financeiro a me vender 1,6 bi em vacinas, numa pandemia que matou milhares de pessoas. Sério? É isso mesmo que os caras querem nos fazer acreditar? Ainda bem que esse servidor vagabundo, saiu preso da CPI.
Nyco
2021-07-07 13:59:27Os quadrilheiros da CPI da COVID deveriam ser todos presos, condenados e executados, principalmente os meliantes: Renan vagabundo, Aziz pedófilo y randolfe saltitante DPVAT.