Após análise do caso Flordelis, Conselho de Ética deve avaliar ações contra bolsonaristas
A Câmara planeja aprovar na quarta-feira, 9, a reativação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para analisar o caso da deputada Flordelis (foto), acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. A retomada dos trabalhos, no entanto, não deve afetar apenas o futuro político da parlamentar fluminense. O movimento...
A Câmara planeja aprovar na quarta-feira, 9, a reativação do Conselho de Ética e Decoro Parlamentar para analisar o caso da deputada Flordelis (foto), acusada de ser a mandante do assassinato do marido, o pastor Anderson do Carmo. A retomada dos trabalhos, no entanto, não deve afetar apenas o futuro político da parlamentar fluminense. O movimento abre espaço para a avaliação de outras dez representações guardadas nas gavetas do colegiado. Todos os pedidos de cassação miram bolsonaristas.
Formado por 21 parlamentares, o Conselho interrompeu as atividades ao fim de março, quando a Câmara adotou o sistema de votações remotas devido à pandemia do novo coronavírus. “Após a votação do projeto de resolução que permitirá as reuniões remotas do Conselho de Ética, pretendemos voltar aos trabalhos normalmente e analisar todos os casos que tem lá”, disse a Crusoé o presidente do colegiado, deputado Juscelino Filho, do DEM. “Temos muitas coisas aguardando deliberação”, complementou.
Filho 03 do presidente da República, o deputado Eduardo Bolsonaro (foto), do PSL, é recordista de ações, com três delas protocoladas no ano passado. Apresentadas por partidos de oposição, duas representações, que tramitam em conjunto, o acusam de quebra do decoro parlamentar pelo episódio em que afirmou que um novo AI-5, o momento de maior exceção da ditadura militar, poderia ser uma resposta à eventual radicalização da esquerda. O parecer do relator dos processos, deputado Igor Timo, do Podemos, ainda não consta no sistema da Câmara.
A terceira ação baseia-se em sequenciais ataques a Joice Hasselmann nas redes sociais, em outubro. As postagens ocorreram logo depois de a deputada apoiar a permanência do deputado Delegado Waldir na liderança do PSL na Câmara, se contrapondo à tentativa de Jair Bolsonaro de emplacar o filho Eduardo no posto. A movimentação era resultado de uma crise política entre o presidente e o comandante do partido, Luciano Bivar. A disputa, que envolvia o controle da legenda e recursos milionários dos fundos partidário e eleitoral, provocou a saída de Bolsonaro da sigla.
Joice acionou o Conselho após Eduardo atrelar sua imagem a uma nota de 3 reais, em sinal de suposta falsidade, em publicações nas redes sociais. No mesmo mês, o deputado lançou uma campanha no Twitter com a hashtag #DeixeDeSeguirAPepa, em alusão à antiga aliada política. Na peça, Joice argumenta que a ofensiva do parlamentar provocou um “linchamento virtual” contra ela.
Neste caso, o parecer do relator do processo, deputado Eduardo Costa, é pelo arquivamento da representação. Na avaliação do deputado do PTB, partido alinhado ao Planalto, as publicações de Eduardo Bolsonaro estão resguardadas pela imunidade parlamentar. “Conclui-se que o representado não extrapolou as prerrogativas inerentes ao mandato, na medida em que apenas explicitou, embora de maneira mordaz, seu posicionamento sobre eventos que suscitaram intenso debate político”, pontuou.
A disputa pela liderança do PSL na Câmara aparece como pano de fundo, ainda, de outras sete representações, todas entregues ao Conselho de Ética pela legenda. O deputado Bibo Nunes, por exemplo, responde por ter chamado correligionários de “traidores”, além de dizer que o partido é “dinheirista” e “não se importa com a política nem tem transparência” em entrevista ao Correio Braziliense, em outubro de 2019.
Vice-líder do governo na Câmara, Carla Zambelli foi denunciada ao colegiado por retweetar publicações de correligionários totalmente alinhados a Bolsonaro e pedir apoio de outros deputados ao projeto do presidente de ampliar o controle sobre a legenda. Na representação, o PSL ainda menciona o episódio em que a parlamentar afirmou que Bivar havia prometido 2 milhões de reais do fundo eleitoral em 2022 para os deputados que permanecessem a seu lado. A artilharia do PSL voltou-se, ainda, contra Filipe Barros, Alê Silva, Carlos Jordy, Daniel Silveira e Coronel Tadeu.
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Comentários (10)
Alice
2020-09-08 13:29:47Os deputados, esquecem que foram eleitos pelo povo, numa delicadeza de fazer inveja a qquer sangue azul , se sentem , mas ESTÃO, deputados, quem for inteligente o suficiente, não elege esses cidadãos que lutam em causa própria, ridículos deputados
Heloisa
2020-09-08 10:07:15Me engana que eu gosto. Uma CÂMARA FEDERAL onde a maioria é composta por corruptos de longa data, vai punir um comparsa ??? Segundo o CONGRESSO EM FOCO, “um em cada três deputados é suspeito de ter cometido algum tipo de crime. Dos 513 integrantes da Câmara , pelo menos 178 respondem na Justiça a inquéritos”. Isto mais parece uma prisão para criminosos de luxo e muito bem remunerados do que um PODER LEGISLATIVO.
Angela
2020-09-08 08:06:20Vai dar em nada!! Tenho dúvidas se esses imbecis acham que assassinato é quebra de decoro...quanto aos outros casos, embora o do AI5 seja gravíssimo, VÃO DAR EM NADA.
Lilian
2020-09-08 00:50:17Nesse contexto, é ofensivo que tenham coragem de dar um nome desse a qualquer cômodo desse esgoto onde se entrincheiraram...
Marcos
2020-09-07 19:33:45Ah tá! Me engana que eu gosto. Bolsonaro fez inúmeras cafajestagens, quando estava na Câmara, e nunca foi cassado. Vào cassar, agora, o pimpolho? Hamham...
José
2020-09-07 19:27:12Bolhas ambulante a mulher ré por assassinato, crime conta a vida, pare de ilações doentias
Heloisa
2020-09-07 18:15:05Esses dois formam um lindo e perfeito casal bem ao estilo Bonnie e Clyde tupiniquim .
Wanderlei
2020-09-07 18:15:01Os nobres deputados já encontraram a Ética e o Decoro?
Almino
2020-09-07 16:25:53Esses caras não valem nadaaaa!
Márcio
2020-09-07 14:20:24Esse dejeto tinha que ser analisado primeiro! A assassina bolsonarista vem depois!