Ancine dificulta acesso a incentivos fiscais
Diretor-presidente interino da Agência Nacional do Cinema, Alex Braga Muniz (foto) editou na semana passada uma instrução normativa que dificulta o acesso a incentivos fiscais para projetos audiovisuais. Atualmente, para autorizar o uso dos recursos captados, a Ancine exige uma análise complementar dos projetos, com um exame detalhado do projeto técnico, incluindo o roteiro da...
Diretor-presidente interino da Agência Nacional do Cinema, Alex Braga Muniz (foto) editou na semana passada uma instrução normativa que dificulta o acesso a incentivos fiscais para projetos audiovisuais.
Atualmente, para autorizar o uso dos recursos captados, a Ancine exige uma análise complementar dos projetos, com um exame detalhado do projeto técnico, incluindo o roteiro da produção.
Pela instrução normativa, para solicitar essa análise complementar, o proponente terá agora de comprovar que tem ao menos 80% do financiamento do projeto garantido. Até então, o porcentual exigido era de 20%.
Segundo a norma editada por Muniz, desses 80%, metade deve estar efetivamente disponível em conta. A outra metade pode ser representada por recursos já acertados, mas que só serão recebidos no futuro.
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Comentários (10)
Uirá
2019-09-25 19:35:15Quando a coisa toda gira em torno do dinheiro, então isto significa que todo o resto é precário. Combustível sozinho não faz um carro andar, é necessário que primeiro exista um carro.
Uirá
2019-09-25 19:32:58Outra se especializaria em efeitos especiais e por aí vai, se forem analisar, parte disto já deve existir, só não está sendo utilizado adequadamente. Os próprios canais de TV já contam com ampla estrutura que pode ser readaptada ou readequada para se inserir dentro de um novo modelo, produzir uma novela não deve ser tão diferente de produzir um filme, já há algum expertise que pode ser aproveitado. O que não dá é ficarem na aba do Estado tentando emular um modelo que é essencialmente privado.
Uirá
2019-09-25 19:29:39Dentro da lógica do compartilhamento e de se eliminar a capacidade ociosa (estrutura mínima utilizada ao máximo, com custo mínimo para que o foco seja em se produzir o máximo de filmes), é possível se criar uma cadeia completa de forma dispersa e descentralizada especializada em cada um dos componentes necessários para se viabilizar a indústria e a cadeia por trás dela. Uma empresa poderia comprar o equipamento e alugar, outra poderia criar os galpões para cenários e ambientes.
Uirá
2019-09-25 19:26:46Um modelo de indústria cinematográfica deveria minimamente replicar a estrutura e as condições existentes nos estúdios de Hollywood. Mas seria estupidez tentar competir com eles dada o abismo entre o que é o cinema brasileiro e o americano. No entanto, hj, como toda a tecnologia e possibilidades, é possível se construir algum modelo que possa ao mesmo tempo replicar um estúdio de cinema americano e a cadeia em volta dele. Para isto basta estudar a estrutura da indústria e quebrá-la.
Uirá
2019-09-25 19:24:03O cinema brasileiro parece ser muito baseado no amor e na doação do artista ao seu ofício. Amor sem estrutura e condições é desperdício de suor com um resultado aquém daquele que poderia ser alcançado em condições diferentes. A cadeia da indústria cinematográfica vai muito além dela, por trás de uma câmera há toda uma indústria por trás dela, com os efeitos especiais, há uma série de funções que vão muito além da mera interpretação e filmagem.
Uirá
2019-09-25 19:20:43O próprio Oscar poderia ser entendido como um processo de seleção que ranqueia os filmes de acordo com critérios e atributos considerados serem os necessários para um filme de qualidade máxima. Cada estúdio de cinema possui uma estrutura operacional, organizacional e administrativa que permite a ele rodar os filmes de acordo com o que o público deseja e que atenda tb aos padrões avaliados no Oscar. Replicar tal coisa não é algo simples, houve adaptações e mutações ao longo do tempo.
Uirá
2019-09-25 19:17:06É claro que daí se pressupõe que havia outros critérios provavelmente implícitos. A indústria cinematográfica americana é especializada em produzir enlatados que seguem sempre alguma fórmula já pré-estabelecida, apostam na massificação e na escala. É um modelo que se desenvolveu ao longo de praticamente mais de um século, pensar nele como arquétipo para um modelo de indústria cinematográfica no Brasil é perda de tempo. No entanto algumas lições podem ser tiradas dele.
Uirá
2019-09-25 19:11:27E como se trata de campo com grandes janelas para todo tipo de viés ideológico, o que o financiamento público acaba significando? A seleção do menos apto e do pior, pois não são os atributos do filme e como eles apelam para o público que importam, mas quem, quais os interesses, qual temática está por trás deles. Se havia pouca exigência e mesmo assim sobrava recursos, então é pq havia algo extremamente errado na equação, já que qq um teoricamente poderia ter acesso ao financiamento.
Uirá
2019-09-25 18:53:16Há mais de 100 anos Darwin lançou sua teoria sobre a evolução e a seleção natural, mas em pleno século XXI elas ainda encontram dificuldade para ir além da biologia. Se os recursos são escassos e quer se selecionar os melhores ou mais aptos, então como é que vc reduz e não aumenta o número de exigências? O cinema brasileiro nunca saiu do fraldário pq ele é inapto, sempre dependeu e ainda depende das "benesses" do Estado para se viabilizar.
France
2019-09-24 10:35:14Presidente acabando com a farra do dinheiro público (nosso dinheiro).