Romina Santarelli / Ministerio de Cultura de la Nación Argentina

A última cartada de Julian Assange

20.02.24 11:39

A Corte Real de Justiça do Reino Unido julga, nesta terça-feira, 20, o último recurso do hacker e fundador do Wikileaks Julian Assange. O australiano tem, desde junho de 2022, o seu pedido de extradição aprovado aos Estados Unidos, onde deve responder por 17 acusações de espionagem.

Ele está na mira do governo americano desde 2010, quando sua plataforma Wikileaks publicou uma série de documentos confidenciais da inteligência americana, como telegramas, imagens e vídeos de ações militares do país. A fonte dos dados foi Chelsea Manning (nascida Bradley Manning), uma militar que atuava na inteligência americana.

Em 2012, temendo ser deportado para a Suécia por causa de uma alegação de estupro, Assange buscou refúgio na Embaixada do Equador em Londres, onde ficou por quase sete anos — até que o governo de Quito se cansou e revogou o asilo político. Uma vez de volta à calçada em Londres, foi preso e levado pelas autoridades britânicas.

Desde 2022, o governo britânico aceitou que, em vez da Suécia, seu destino final poderia ser os Estados Unidos, onde o australiano pode pegar uma pena de até 175 anos pelo vazamento de dados em seu site. O caso deve ser concluído nesta quarta-feira, 21 — se a Corte der o OK, ele será encaminhado às autoridades americanas, que devem levá-lo a território americano antes que a defesa tente um último recurso na Corte Europeia de Direitos Humanos.

Parlamentares europeus e australianos tentaram a todo custo a liberação de Assange. Até Lula, claro, se intrometeu a questão: durante a transição presidencial, ele se encontrou com editores do Wikileaks e cobrou a libertação do australiano. Ele chegou inclusive a levar o tema ao seu discurso de 2023 na Organização das Nações Unidas (ONU).

Como já dissemos anteriormente, Assange não é jornalista. Não escolhe quais informações irá publicar, não cultiva fontes, não edita para que suas descobertas fiquem mais interessante ou claras para o leitor ou telespectador. Ele apenas jogava em seu site, o Wikileaks, milhares de dados que tinham sido ilegalmente obtidos, sem considerar as consequências dos vazamentos ou a melhor forma de apresentá-los. Em vez de chamá-lo de jornalista, Lula deveria chamá-lo pelo que ele é de fato: um hacker.

Os comentários não representam a opinião do site. A responsabilidade é do autor da mensagem. Em respeito a todos os leitores, não são publicados comentários que contenham palavras ou conteúdos ofensivos.

500
Mais notícias
Assine agora
TOPO